Cebus devolveu 30 animais silvestres à natureza no primeiro trimestre do ano

Após acolher, tratar e reabilitar, o Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) realizou a soltura de 30 animais silvestres no primeiro trimestre de 2022. Foram devolvidas à natureza as seguintes espécies: bem-te-vi (1), cachorro-do-mato (1), cágado de barbicha (2), coruja-do-mato (4), curiango (1), gavião carcará (3), jacu (2), jandaia-maracanã (15) e uruatu (1).

Entre aves, mamíferos e répteis, o Cebus recebeu 103 animais nos primeiros três meses do ano. Alvo de resgates, apreensões ou entregas voluntárias, realizadas por Polícia de Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Instituto Estadual de Florestas (IEF), a maioria dos animais é oriunda de Ipatinga, mas também foram recebidos animais de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Timóteo e outras dez cidades da região.

Para garantir maior segurança aos animais, os locais e as datas das solturas não são informados. “O contato com o ser humano dificulta o retorno desses animais à natureza. Quanto maior for o tempo desse contato, mais difícil esse retorno, uma vez que os animais precisam se livrar da dependência do ser humano, reaprendendo a buscar o próprio alimento, enfrentar intempéries climáticas, se esquivar de predadores, entre outras adversidades”, comenta a bióloga do Cebus, Claudia Diniz.

De janeiro a março, um grande número de filhotes de jandaia-maracanã chegou ao Cebus com problemas nutricionais, deformações ou amputações. Alguns já chegaram em condições precárias. A utilização de lajes ou forros de residências para nidificação contribui para o aumento dessas complicações, que aliadas a uma alimentação inadequada, causam danos irreversíveis aos filhotes.

“O hábito da população de disponibilizar canjiquinha, fubá, arroz cozido e outros alimentos calóricos e pouco nutritivos tem contribuído para o alto índice de mortalidade de filhotes da espécie. Outro problema observado são as linhas de pipa na fiação elétrica. As jandaias são bastante curiosas e se enroscam nessas linhas, que acabam provocando amputações nas patas, contribuindo também para esse triste dado”, afirma Claudia.

Os animais em situação de risco chegam ao Cebus por meio do Corpo de Bombeiros, Polícia de Meio Ambiente e outros órgãos competentes. O Cebus não recebe animais de pessoas físicas e recomenda à população que faça contato com esses órgãos para mais informações a respeito de captura e destinação de animais silvestres.

Programa de Reabilitação da Fauna sem Lar

A soltura de animais é parte do Programa de Reabilitação da Fauna sem Lar, que consiste no acolhimento, tratamento e reabilitação de animais silvestres em situação de risco. O programa é desenvolvido pelo Cebus, juntamente com o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Polícia de Meio Ambiente e a Associação Regional de Proteção Ambiental do Vale do Aço (Arpava).

 

Fonte: ASCOM USIPA