Manhuaçu precisa de mais um Hospital para abrir novos leitos
A falta de leitos hospitalares com a saturação da rede de atendimento à saúde na área da Superintendência Regional de Saúde de Manhuaçu, é um retrato do que ocorre também em várias regiões do estado com essa pandemia de Covid 19. Faltam leitos de UTI e até mesmo de enfermaria covid em alguns locais, para atendimento à população.
O Hospital Cesar Leite, referência para casos de Covid 19 além de muitas outras especialidades para uma ampla regional, está sem vagas há mais de 15 dias e já recusou 207 pedidos para internação em UTI. Nos demais hospitais referência para atendimento covid a situação tem sido a mesma.
A falta de vagas de UTI e de leitos hospitalares mostra que há a necessidade urgente de busca por alternativas para atendimento à população. No último fim de semana a Federação das indústrias de Minas Gerais anunciou a doação de 100 ventiladores mecânicos para ajudar na abertura de novos leitos de UTI.
O critério utilizado para a distribuição dos equipamentos foi definido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que identificou locais com capacidade de abertura imediata de leitos de UTI e Manhuaçu, apesar de estar há 15 dias sem vagas no Hospital Cesar Leite e atender uma ampla região, não foi comtemplada.
Os equipamentos doados pela FIEMG estão sendo direcionados para as cidades de Belo Horizonte, Betim, Juiz de Fora, Timóteo, Montes Claros, Viçosa, Ponte Nova, São Lourenço, Paracatu e São João del-Rei.
Uma iniciativa para resolver esse problema é criar um local com capacidade para receber esses leitos e Manhuaçu tem a sede da Secretaria de Saúde, que um dia já foi um hospital. A estrutura física já está pronta, faltando equipamentos e o corpo médico, que também não está fácil já que estão escassos e esgotados. Quantos leitos poderiam ser abertos no local.
Talvez seja uma decisão difícil de ser tomada pelo custo financeiro de manutenção, legalização e pelo enorme trabalho para buscar equipamentos e reunir equipe de trabalho. Mas o certo é que precisamos de mais um espaço para recebe as pessoas que estão sofrendo com esse vírus e em busca de atendimento médico. Todos estão em busca de uma esperança e uma decisão como esta seria aplaudida por todos os munícipes e cidades que tem Manhuaçu como referência.
Cemitérios
Hoje, além da notícia divulgada pelo Hospital César Leite sobre a fila de pessoas à espera de um leito de UTI, uma outra que chamou a atenção, divulgada no meio da tarde desta quinta-feira (25/03), assustando a comunidade. Foi sobre uma reunião envolvendo membros do Comitê Intersecretarial de Enfrentamento à Crise do Covid-19 e representantes das empresas concessionárias de Serviço Funerário que atendem ao município.
O encontro serviu, segundo a nota, para definir medidas e ações emergenciais diante do grave cenário da pandemia e consequente elevação do número de óbitos em virtude da doença no município e em todo o país. Objetivo era buscar alternativas que evitem o colapso funerário, partindo da orientação do Estado que os municípios realizem um levantamento de espaços para a ampliação do número de covas e de coveiros, reduza ainda mais o tempo dos velórios e esteja de prontidão para o caso de aumento repentino da demanda para sepultamentos, com orientação aos responsáveis pela manutenção e demais serviços desses locais para que fiquem preparados para o colapso.
O município de Manhuaçu possui um cemitério na sede e também nos distritos de Santo Amaro de Minas, Vilanova, São Pedro do Avaí, São Sebastião do Sacramento, Ponte do Silva, Palmeiras e um no Córrego Manhuaçuzinho, além de um espaço em um cemitério particular que também fica no perímetro urbano.
O sistema funerário é a “ponta” de uma cadeia iniciada ainda nos hospitais. A taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva cresce a cada dia e as vagas começam a faltar em todo o estado. As enfermarias dos hospitais da região também registram alta movimentação, com mais de 90% da taxa de ocupação.
Texto: Júlio Oliveira
Com informações da ASCOM do HCL e da SECOM Prefeitura de Manhuaçu