O Vale do Aço e a representação do Teatro do Oprimido

Atriz e arte-educadora, Claudiane Dias, conclui especialização em artes cências  focada na invenção de Boal e busca fortalecer a prática na região

A atriz e arte-educadora Claudiane Dias, de Ipatinga, acaba de concluir a primeira especialização pública em Teatro do Oprimido no Brasil, oferecida pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Claudiane, que tem sido uma figura central na cena cultural do Vale do Aço, agora retorna à região com novas perspectivas e metodologias, prontas para serem aplicadas na revitalização e expansão dessa prática transformadora.

A especialização “Teatro do Oprimido: Práticas Político-Pedagógicas”, coordenada pela professora Antônia Pereira, foi um curso de 18 meses que capacitou profissionais de diversas áreas para utilizar a metodologia de Augusto Boal em contextos sociais e educativos. Claudiane, além de concluir com sucesso o curso, lançou recentemente o livro “Diálogo do Teatro do Oprimido e a Educação Integral” em um evento na Cooperativa Baiana de Teatro, reforçando ainda mais seu compromisso com a integração entre teatro e educação.

O Teatro do Oprimido, que já teve uma influência significativa no Vale do Aço durante os anos 1990, continua a ser uma ferramenta poderosa de transformação social. Com a conclusão desta especialização, Claudiane está preparada para liderar novas iniciativas na região, contribuindo para a continuidade e renovação dessa prática que simboliza resistência cultural e luta por direitos.

BOAL

O Vale do Aço se tornou um dos principais palcos para a difusão do Teatro do Oprimido na década de 1990. Augusto Boal, o idealizador dessa prática cênica, esteve presente na região, onde seu método encontrou solo fértil e se enraizou profundamente. Utilizado por grupos de teatro, movimentos sociais e sindicatos locais, “o Teatro do Oprimido transformou espectadores em protagonistas de suas próprias histórias, promovendo uma conscientização crítica e coletiva sobre as realidades sociais vividas pelas comunidades”, sublinha Claudiane. Ela observa que a metodologia de Boal não apenas deu voz aos marginalizados, mas também capacitou os indivíduos a buscar soluções para os desafios que enfrentavam.  “Essa prática de resistência e empoderamento cultural perdura até hoje, mantendo viva a chama do Teatro do Oprimido no Vale do Aço, reforçando sua relevância como uma ferramenta contínua de transformação social e luta por direitos”, conclui a atriz.

Legenda – Claudiane Dias busca fortalecer e revitalizar o Teatro do Oprimido no Vale do Aço contribuindo para a continuidade e expansão de um movimento que já possui profundas raízes locais