Curta-metragem sobre história do teatro de Ipatinga estreia no Centro Cultural Usiminas

No documentário a história dos pioneiros é contada por uma geração de atores, diretores e produtores atuantes em Ipatinga

 

O Teatro é uma das mais importantes artes no cenário artístico cultural da cidade de Ipatinga. Foi por meio dele que, ao longo dos anos, formou-se atores, produtores, técnicos e agentes culturais, que se diversificaram entre outras áreas artísticas como dança, música, audiovisual, literatura, artes plásticas, entre outras. Boa parte dessa história já foi contada em matérias de jornal, revistas, entrevistas e reportagens pontuais, celebrando individualmente os realizadores na área. Todavia, vários detalhes desse processo ainda estão presos na oralidade e na memória de “atores” que deram prosseguimento ao legado deixado pelos precursores do movimento cultural de Ipatinga.

É essa lacuna que o projeto Pioneiros do Teatro de Ipatinga se propõe a registrar, dando voz aos que deram início a toda essa movimentação, não só em Ipatinga, mas também na região. O registro começa com um curta-metragem, reunindo oito profissionais do teatro atuantes na cidade que, como numa colcha de retalhos, vão trazer para a tela um pouco de sua trajetória e aprendizado com os pioneiros.

Estética e Abordagem

Filmado em cima do palco dos dois principais teatros do município, o Teatro Zélia Olguin e o do Centro Cultural Usiminas, a obra apresenta um pouco do legado pujante de personagens como Darci di Mônaco, José Lopes, Antônio Guarnieri, Zélia Olguin, Ricardo Maia, entre outros.

De acordo com Gustavo Suna, diretor do filme, “a história será contada por meio de entrevistas com as crias desses pioneiros, a segunda geração de diretores, atores e produtores que até hoje enche os palcos da cidade com suas produções teatrais cada vez mais elaboradas. E é por meio das palavras desses herdeiros que contaremos a história desse legado. No documentário reunimos nomes que estão em atuação há 30/40 anos em Ipatinga, como Adão de Faria, Ademar Pinto Coelho, Marilda Lyra, Luzia di Rezende, Zé Rodrigues, Claudiane Dias e os que chegaram há menos tempo, como Bárbara Pavione, mas que tem história rica em experiências para contar”, considera Gustavo.

O diretor destaca que, na voz desses “atores” o curta traz para a tela lembranças de como eram apresentadas as primeiras peças, quem foram os primeiros diretores e dramaturgos, como eram os espaços adaptados para teatro, como o Teatro de Bolso, que foi adaptado numa sala no centro de Ipatinga, além de como a construção dos equipamentos culturais que hoje temos influenciou a arte na região.

O diretor

Pioneiros do Teatro de Ipatinga é dirigido por Gustavo Suna, que é formado em Comunicação/Audiovisual pela Universidade de Brasília – UNB. É fotógrafo, escritor e já trabalhou em todas as áreas do audiovisual. Especialista em história do cinema já ministrou cursos tanto em Ipatinga, como para turmas de outras localidades. Recentemente realizou o projeto “Da Ideia ao Filme”, uma oficina de audiovisual para jovens, também utilizando recursos da Lei Paulo Gustavo.

Ele cresceu no meio da área cultural de Ipatinga e acompanhou alguns dos processos descritos no filme. Filho da produtora cultural e jornalista Marilda Lyra pode participar, na plateia, de vários dos projetos que ela produziu na Academia Olguin, Teatro Zélia Olguin e Centro Cultural Usiminas. Sua iniciação nas artes foi no curso de teatro para crianças promovido pela APROC, que culminou na montagem do espetáculo “Chapeuzinho Vermelho, uma história mal contada”, dirigido por Adão de Faria. Também fez curso de teatro com Luzia di Resende, no Grupo Perna de Palco, participando da montagem do espetáculo Bye, Bye Brasil.

O diretor relata que desde sua formação na UNB já tinha a ideia de registrar a história do teatro de Ipatinga. De acordo com Gustavo a proposta ficou mais latente em um encontro na casa da atriz Bárbara Pavione, que reunia uma turma grande da área cultural. “Estávamos num bate papo informal com Pedro Barroso, que começou a perguntar sobre como surgiu o movimento cultural da cidade e de repente os relatos foram pipocando, nas vozes de Othon Valgas, Wenderson Godói, Bárbara Pavione, Léo Coessens, Claudinei de Souza, Marilda Lyra, entre outros. As histórias que surgiram naquela mesa eram tão vibrantes que não tive dúvidas que este registro precisa ser documentado. E a oportunidade surgiu com a Lei Paulo Gustavo”, destaca o diretor.

Gustavo continua seu relato salientando que editar tudo o que ele ouviu dos oito entrevistados nos depoimentos, foi uma tarefa extremamente difícil. “Cada um tem uma história distinta e rica que se entrecruza em algum momento. Tenho material gravado para um longa, que talvez seja produzido no futuro.  Eu gostaria de destacar também que estamos falando somente do teatro no filme. Mas Ipatinga tem uma movimentação grande na dança, música, literatura, artes visuais e audiovisual, com protagonistas expressivos que precisam ter suas trajetórias documentadas para as futuras gerações”, conclui Gustavo.

A realização do curta Pioneiros do Teatro é viabilizada pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Prefeitura Municipal de Ipatinga, Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Fundo Municipal de Cultura e Ministério da Cultura/Governo Federal. A estreia acontece no dia 17 de novembro, com duas sessões: às 17h, voltada comunidade e às 19h para os integrantes da área cultural de Ipatinga. A entrada é franca, mediante retirada de ingresso no Sympla: https://bileto.sympla.com.br/event/100326/d/287520/s/1962322