‘Extraquadro’ – Livro de Ricardo Aleixo reúne coletânea de poemas e palavras ao vento

Livro reúne coletânea de poemas escritos por Ricardo Aleixo no período de 2013 a 2020. O livro foi lançado com apresentação de performance dentro da programação do segundo dia do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte no Mercado da Lagoinha no domingo, 5.

“O mundo começou com a voz”. Foi pela oralidade presente em sua performance de lançamento do seu novo livro ‘Exquadro’ que Ricardo Aleixo convidou o público a murmurar o poema “o tempo todo tudo muda” escritos em papéis amassados que foram  passados de suas mãos para as  50 pessoas presentes. As diferentes vozes se juntaram à do escritor dentro do Mercado Lagoinha neste domingo, 5, formando uma potente e orquestrada construção coletiva

Tão provocativo quanto suave, Aleixo traz em sua poesia a dimensão política de fazer arte: “eu jogo palavra no vento para o vento e fico vendo ela voar”, o trecho, que faz parte do novo livro, foi cantado em coro pelas pessoas presentes.

O lançamento integra a programação do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte que acontece em diversos espaços culturais da cidade até o dia 12. No livro Extraquadro, Ricardo Aleixo apresenta uma coletânea de poemas escritos no período de 2013 a 2020. Sua publicação é resultado da parceria firmada entre o Laboratório Interartes Ricardo Aleixo (o LIRA) e a Impressões de Minas Editora.

Ricardo Aleixo faz parte da história do FAN BH, que teve sua primeira edição em 1995. Foi curador na primeira, segunda, terceira e quinta edições do Festival. Em 2013, atuou como coordenador geral e em 2019 integrou a programação enquanto artista. Na ocasião  dividiu palco com Grace Passô no experimento cênico “Não é lá”.

Ricardo Aleixo é natural de Belo Horizonte, artista autodidata e estreou em 1992 com o livro Festim. Seus poemas revelam forte afinidade com o movimento concretista e com a etnopoesia. Com visão crítica da realidade, faz poesia social, mordaz, seca e irônica. Junta-se a isso seu trabalho de agitador cultural que leva a poesia à integração com outras formas de arte como o teatro, a música e a dança.

Já atuou na coordenação e curadoria de projetos culturais como os 30 Anos da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, Tricentenário de Zumbi e a Bienal Internacional de Poesia. Com Adyr Assumpção, montou vários espetáculos multimeios como Jogo de Guerra – Malês, em 1990, Desconcerto Grosso – Poemas de Gregório de Matos, em 1996, e Canudos, Sertão da Bahia, 1897, em 1997. Edita a revista Roda – Arte e Cultura do Atlântico Negro.

Toda a programação do FAN BH 2021 é gratuita. O evento é realizado cumprindo todos os protocolos de combate à covid-19 vigentes em Belo Horizonte. O festival é uma realização da Prefeitura de Belo Horizonte, a partir da Secretaria Municipal de Cultura, Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC).

Para participar é necessário retirar o convite antecipadamente em https://linktr.ee/festivalartenegra.

Serviço:

Extraquadro, livro de Ricardo Aleixo, 63 páginas

Preço: R$65

Crédito: Pamela Bernardo