Conselho de Educação divulga manifesto sobre projeto na Câmara de volta às aulas
MANIFESTO
O Conselho Municipal de Educação de Manhuaçu – CMEM – torna público seu posicionamento sobre o retorno às aulas presenciais nas escolas públicas das redes estadual e municipal:
O CMEM É CONTRA O RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NAS REDES ESTADUAL E MUNICIPAL, ANTES DA IMUNIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ESCOLA,
Considerando:
- A não imunização dos profissionais da EDUCAÇÃO;
- A falta de condições físicas das escolas, sobretudo, rurais que, a maioria das vezes, funcionam em casas adaptadas e sem condições de garantia do distanciamento social;
- A não garantia de que crianças e adolescentes se submeterão ao distanciamento necessário;
- O alto custo de se fornecerem máscaras, álcool em gel e banheiros em condições sanitárias adequadas (nem tampo de vaso sanitário se encontrou em muitas e muitas escolas, inclusive em escola estadual da sede, no final de 2019/início de 2020. Teriam sido providenciados?). Sabe-se que o SARS COVID-2 é encontrado nas fezes e que a descarga, sem a proteção do tampo, espalha qualquer vírus pelo ambiente;
- Quanto às máscaras é preciso lembrar que precisariam ser trocadas quantas vezes necessárias e que os professores e demais funcionários precisariam de proteção extra que cubra todo o rosto (os olhos também exigem proteção porque sua mucosa é passível de contaminação, assim como a boca e o nariz);
- Vários alunos e profissionais da Educação moram ou cuidam de pais, tios, avós, idosos que não saem de casa para se protegerem;
- Além de vetores, as crianças estão sujeitas a uma síndrome, conhecida como SÍNDROME INFLAMATÓRIA PEDIÁTRICA, possivelmente provocada pela COVID-19, segundo noticiado pela imprensa;
- Os profissionais da Educação não foram incluídos na prioridade para a vacinação contra a COVID-19. Aliás, é a comprovação de que, infelizmente, a EDUCAÇÃO, não é mesmo tratada como prioridade no nosso país;
- É complexa a situação, pois sabemos que a maioria dos alunos da escola pública precisam da escola para se alimentarem e serem cuidados, ainda que a escola seja para ENSINAR. Mas e a saúde? Também é direito constitucional de todos. A questão social (pobreza, desemprego, má (péssima) distribuição de renda) não é responsabilidade da EDUCAÇÃO. Também não se pode esquecer que o Brasil falhou na administração da pandemia e que a falta de imunizantes, que garantam rápida e eficazmente a chamada imunidade de rebanho, não é real para os brasileiros;
- Por absurdo que pareça, há pessoas que não acreditam na pandemia e muitas que afirmam não se vacinarem em hipótese alguma. É um dado significativo porque compromete a vacinação em massa. Como educadores ou cidadãos faz-se necessário combatermos tal atitude, colaborando ao máximo para que mais e mais pessoas se convençam da necessidade de se imunizarem;
- OS PAIS DOS ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA PRECISAM, SIM, QUE AS AULAS PRESENCIAIS VOLTEM O QUANTO ANTES. Além das dificuldades enfrentadas por muitos, pela falta de condições econômico-financeiras, somam-se os óbices ao ensino remoto, pois quase todos se ressentem da impossibilidade da eficácia das aulas remotas, seja por ausência/deficiência tecnológica, seja pela falta de preparo para auxiliarem os filhos nas tarefas. MAS OS PROFISSIONAIS, também desejosos de voltarem à escola, TÊM TODO O DIREITO DE PLEITEAREM E EXIGIREM A IMUNIZAÇÃO, ANTES DISSO.
Assim, pelo exposto nas considerações acima, reafirmamos nossa posição:
RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS NAS ESCOLAS PÚBLICAS, APÓS A IMUNIZAÇÃO DE TODOS OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO.
E, ainda, solicitamos, como ABSOLUTA NECESSIDADE, A INCLUSÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO NA LISTA DE PRIORIDADES PARA A VACINAÇÃO CONTRA A COVID 19.
Esta é a palavra do Conselho Municipal de Educação de Manhuaçu.
Manhuaçu, 19 de fevereiro de 2021.
Celeste Maria Fraga de Oliveira
Presidente do CMEM