Dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti: cuidados e prevenção

Estado concentra mais de 23 mil casos em 2024.

De acordo com a divulgação mais recente do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, Minas Gerais é o terceiro estado brasileiro com maior registro de casos prováveis de dengue. Segundo dados do Painel de Monitoramento de Casos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o estado já concentra mais de 86 mil casos suspeitos, 30.808 casos confirmados, 48 mortes em investigação e cinco confirmadas em 2024 (dados do dia 01/02).
Tendo em vista o expressivo número de casos, a enfermeira do Centro Universitário Católica do Leste de Minas Gerais – Unileste, Ana Luizi Miranda, explica sobre os fatores que propiciam condições ideais para a proliferação da doença. “O calor intenso, característico do verão, não apenas acelera a reprodução do Aedes Aegypti, mas também desencadeia uma série de eventos que favorecem a disseminação da dengue. Com as altas temperaturas, os recipientes com água parada, presentes em muitos ambientes, tornam-se verdadeiros berçários para os ovos do mosquito. Além disso, o aumento das chuvas cria ambientes perfeitos para a formação de poças d’água, ideais para a postura de ovos do Aedes Aegypti”, destaca a enfermeira.

Principais sintomas

Dengue, Zika e Chikungunya são doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti, mas cada uma possui características distintas. “A dengue geralmente manifesta-se com febre alta, dores musculares e articulares intensas, além de outros sintomas característicos. Já a Zika, embora muitas vezes assintomática, pode causar febre, erupções cutâneas e dores nas articulações. A Chikungunya, por sua vez, é conhecida por provocar dores articulares intensas, podendo persistir por semanas ou meses após a infecção”, explica.

Diante das constantes mudanças climáticas e das peculiaridades de cada estação, torna-se essencial direcionar a atenção para as ameaças à saúde que possam surgir. “É crucial que a população esteja informada sobre essas diferenças para buscar ajuda médica de forma mais assertiva, realizar exames e garantir o tratamento adequado. A orientação profissional é fundamental, pois, embora essas doenças compartilhem o mesmo vetor, a abordagem clínica varia consideravelmente”, alerta Ana Luizi.

Prevenção

A água parada oferece um ambiente propício para a reprodução dos mosquitos, e a eliminação desses criadouros reduz significativamente a população de insetos transmissores de doenças. “É de extrema importância identificar e eliminar locais onde os mosquitos depositam seus ovos e se reproduzem. Isso incluir recipientes com água parada, como pneus, vasos de plantas, garrafas vazias dentre outros objetos. O descarte do lixo e a limpeza de calhas e piscinas também merecem atenção”, explica.

“Além disso, o uso de repelentes e roupas de mangas longas e calças compridas, desempenha um papel significativo na minimização do contato com insetos. O uso de mosquiteiros em áreas de descanso oferece uma salvaguarda durante a noite. Essas barreiras físicas impedem a entrada de mosquitos e outros insetos, contribuindo para a redução do risco de transmissão de doenças”, pontua.

Vacina contra a dengue

Em 2023 a incorporação da vacina contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), marcou um avanço significativo no combate à doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e denominada Qdenga, a vacina passou por uma avaliação rigorosa da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) no SUS, que recomendou sua incorporação priorizando regiões do país com maior incidência e transmissão do vírus, bem como faixas etárias mais suscetíveis a complicações da dengue.

No entanto, a implementação da vacina não ocorrerá em larga escala de imediato, devido à capacidade restrita de fornecimento de doses por parte do laboratório. De acordo com o Ministério da Saúde, o plano de vacinação, que pretende focar em públicos específicos e em regiões consideradas prioritárias, está programado para começar entre fevereiro e novembro de 2024, com a entrega de 5.082 milhões de doses, seguindo um esquema vacinal composto por duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação Unileste