Estação de Pedra Mole, de 1922, é restaurada pela Usiminas em Ipatinga
Patrimônio histórico e cultural de Ipatinga, primeira estação ferroviária da cidade será aberta para visitação da comunidade a partir desta semana
Depois de um amplo processo de restauro realizado pela Usiminas, as Ruínas do Prédio da Estação de Pedra Mole agora poderão ser visitadas pela comunidade durante o período de férias escolares. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural de Ipatinga, o bem localizado às margens do Rio Piracicaba, entre os bairros Cariru e Castelo, recebeu importantes reparos e novas intervenções.
As obras começaram em março deste ano, com investimento de aproximadamente R$ 750 mil. O projeto de reforma teve anuência e acompanhamento do Ministério Público Estadual e Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga.
A Estação de Pedra Mole foi restaurada e agora passa a ser um ponto turístico e cultural em funcionamento na cidade. Nos meses de dezembro e janeiro, o espaço poderá ser visitado gratuitamente de segunda a sexta-feira, de 11h às 15h, e aos sábados, domingos e feriados no horário de 9h às 16h.
Para o presidente da Usiminas, Sergio Leite, a entrega da Estação de Pedra Mole restaurada reforça os laços da empresa com a história de Ipatinga. “A Usiminas mantém um compromisso com a comunidade de suas áreas de atuação desde sua fundação e, neste ano em que completamos 57 anos de operação, é uma honra entregar este bem tão importante para a história e desenvolvimento da região aos moradores de Ipatinga e do Vale do Aço. Esperamos que a população faça bom uso deste espaço cheio de memória e história”, salienta Sergio Leite.
Os visitantes poderão acessar as Ruínas a pé, por meio de uma trilha de 650 metros, que conta com totens com informações históricas do local. Na área da Estação foi construído um mirante para o visitante admirar o encontro dos rios Doce e Piracicaba. No local onde estão as ruínas e onde funcionava a antiga Estação, o projeto de restauro buscou manter aspectos construtivos das estações da época aliados a elementos construtivos modernos. Foi recriada uma fachada e feita a cobertura de todo o complexo, para envolver e proteger o bem, e, ao mesmo tempo, permitir vislumbrar como funcionava uma estação de trem àquela época.
As principais intervenções foram: instalação de portas e janelas; construção de rampa de acesso e plataforma de embarque; instalação de linha férrea de 50 metros; piso na área externa e instalação de mesas com bancos; iluminação na área da estação; construção de mirante com estrutura metálica para observação do encontros dos rios Doce e Piracicaba; instalação de portal com identificação em aço; sanitários; escada de acesso; limpeza da ruína mantendo grafites e pichações.
História
As Ruínas do Prédio da Estação de Pedra Mole foram tombadas como Patrimônio Histórico e Cultural de Ipatinga, em 30 de setembro de 1996, por meio do Decreto nº 3.575. Sua construção influenciou na formação das principais cidades do Vale do Aço. Seus primeiros habitantes eram os índios Botocudos, atingidos pelas expedições dos Bandeirantes aos rios Doce e Piracicaba, deixando o local. Iniciada em 1905, a construção da linha férrea atraiu para Ipatinga e região seus primeiros moradores.
Projetada pelo engenheiro Pedro Nolasco, a Estação foi fundada em agosto de 1922. Seu nome surgiu da denominação dada ao tipo de rocha presente no terreno onde a estação foi erguida, que se quebrava com facilidade, e era popularmente chamada de “pedra mole”. A Estação funcionou por cerca de quatro anos e o local depois se manteve como cemitério até 1942.
Por volta de 1930, a estação foi transferida para a Estação de Ipatinga. O trajeto cortando o povoado local (atual Centro de Ipatinga) impulsionou o desenvolvimento do comércio. Na década de 1950, um novo terminal foi construído, a Estação Intendente Câmara, desativando, assim, a Estação Ipatinga, atualmente denominada Estação Memória. A infraestrutura estabelecida até então tornou Ipatinga uma cidade estratégica para a construção da Usiminas, na década de 1950.
Confira o vídeo sobre a inauguração, na reportagem do Jornal Diário do Aço: