Hospital César Leite chega aos 93 anos como referência em saúde

O Hospital César Leite realizou mais de 10 mil cirurgias em 2019. Sozinha, a unidade hospitalar é responsável por 51% das internações de pacientes pelo Sistema Único de Saúde na região. O HCL também superou a marca de 15 mil internações no ano passado e possui mais de 700 colaboradores.

Conforme frisa o provedor Sebastião Onofre Carvalho, os números provam que o Hospital César Leite (HCL) é a instituição que mais interna e que mais investe no atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a região. O problema é que os recursos financeiros repartidos para a saúde são insuficientes. Outro dado que o gestor faz questão de ressaltar é que se os hospitais filantrópicos deixassem de atender hoje, o Estado não conseguiria suprir a demanda da população.

93 anos

O Hospital César Leite completa seus 93 anos de existência. É uma associação de direito privado com fins filantrópicos, ou seja, tudo o que é recebido de recurso no hospital tem que ser revertido na sua sustentação e na sua melhoria. O HCL é administrado por uma mesa diretora eleita por um conselho formado por 50 pessoas da sociedade de Manhuaçu. Nenhum dos membros recebe por fazer parte desse conselho.

Em toda a região, o Hospital César Leite é o único hospital de grande porte e que tem serviços de alta complexidade. As regionais de Manhuaçu juntamente com Ponte Nova e Viçosa formam a macrorregião de saúde Leste do Sul. O que pouca gente sabe é que, tanto em área territorial, quanto em população, a microrregião de Manhuaçu é maior que a soma das outras duas.

Atualmente, o HCL possui 231 leitos. Desse total 147 estão destinados ao SUS. São 10 de UTI adulto, 25 de maternidade, 20 de pediatria, 08 leitos ambulatoriais no centro obstétrico, 27 de clínica médica, 12 de neurologia e neurocirurgia, 18 de clínica cirúrgica, 21 de ortopedia e quatro de UTI Neonatal. Outros seis leitos aprovados aguardando habilitação no Ministério da Saúde e serão incorporados aos leitos SUS que são os cuidados intermediários de recém-nascidos.

78 leitos são para atender pacientes particulares e convênios distribuídos dessa forma: 30 apartamentos, 29 de enfermarias, 10 no pronto-atendimento e 02 na hemodinâmica.

Recordes

O Hospital César Leite superou marcas históricas no último ano. Agora tem um novo desafio pela frente. O combate ao novo coronavírus tem sido uma luta diária de colaboradores dos mais diversos setores.

O Diretor Assistencial, Chardson Roberto da Paixão, explica que 2019 foi o ano que o HCL mais produziu. “Pela primeira vez, em um ano, o hospital realizou mais de 15 mil internações. Foram 15.138 das quais 10.495 foram de pacientes do SUS, ou seja, 69,3%. Pelas leis de filantropia, superamos em quase 10% o mínimo exigido”.

A importância desse dado é refletida também ao longo de um recorte histórico. Há cinco anos, o HCL atendia 8.212 internações pelo SUS. A evolução de atendimentos para o SUS é maior do que o quadro geral: “Saímos de 8212 internações SUS para 10.495. A evolução geral é menor que evolução do SUS. No SUS, nós fizemos seis por cento a mais neste último ano, enquanto nos atendimentos particulares foi 3,1% de crescimento.

 24º em Minas

De acordo com os dados do Datasus, o Hospital César Leite é o 24º no ranking de 456 hospitais que internam o paciente SUS em Minas Gerais. “Um detalhe que merece destaque: dos 23 que estão à nossa frente, 10 são de Belo Horizonte. Então, tirando a capital, nós fomos o 14º hospital de Minas que mais internou pacientes pelo SUS”.

Em 2012, o César Leite era o 30º. Nesse intervalo, o hospital melhorou e ampliou seus números de atendimentos. Tem quatro anos que o HCL se estabilizou entre o 22º e o 25º lugar. Um dado que também coloca todos em alerta e mostra a importância disso é que 82 hospitais fecharam ou pararam de atender pelo SUS nesse mesmo intervalo de tempo.

Comparando com a região, o cenário é ainda mais claro. A Casa de Caridade de Carangola está na posição 44. O Hospital Nossa Senhora das Dores (Ponte Nova) é o 76º seguido do Hospital São Sebastião (Viçosa) que é o 77º. Depois, Hospital Arnaldo Gavazza (Ponte Nova) na 81ª posição, Hospital Padre Júlio Maria (Manhumirim) – 134ª e o Hospital São João Batista (Viçosa) na posição 153. “Os dois hospitais de Ponte Nova somados fizeram menos internações SUS que o HCL sozinho. Se comparar com os dois de Viçosa, fica mais distante ainda”, pontua.

Outro recorte necessário é com relação à origem dos pacientes. A maior parte dos atendimentos do HCL é das cidades vizinhas. 8.830 internações foram de outros municípios (58,3%), enquanto 6.308 internações (41,7%) eram moradores de Manhuaçu. Se analisar o perfil do SUS, a proporção aumenta: 5.769 internações de outras cidades (60,3%) e 3.802 internações de Manhuaçu (39,7%).

Cirurgias

Pela primeira vez, o Hospital César Leite superou a marca de 10 mil cirurgias no ano. Em 2019, foram 10.095 cirurgias. Foi o 23º hospital de Minas Gerais que mais cirurgias fez para o SUS. Uma expressiva média de 841,3 cirurgias por mês. “É difícil encontrar no interior um hospital que faz um volume de cirurgia desse. 32% foram em ginecologia/obstetrícia, 20% em ortopedia e mais de 1.500 cirurgias gerais; 895 cirurgias vasculares; 757 plásticas; 598 oftálmicas; 437 urológicas e 315 neurocirurgias.

Nos últimos cinco anos, o HCL saiu de 8.856 cirurgias para 10.095 sem aumentar a quantidade de salas cirúrgicas. Graças a uma parceria importante com a Secretaria de Saúde, o HCL ampliou o atendimento de cirurgias eletivas. “1.814 cirurgias eletivas sus realizadas em 2019, média de 151,2 /mês. Aumento de 23,7%. Desse total, 58,7% eram pacientes de Manhuaçu.

A área de ortopedia é considerada um problema de saúde do Brasil. O HCL focou nesse setor e tem internado cerca de 1.600 pacientes do SUS por ano na ortopedia. Em 2019, foram 1.681.

Partos

Outro destaque dos números do HCL são os partos. “Um dos mais relevantes serviços que nós prestamos à sociedade como um todo é que somos a única maternidade da região de portas abertas 24 horas. No ano passado realizamos 3.713 partos. São 309 partos realizados por mês. Isso dá mais de 10 partos por dia de média e por isso nós fomos a 15ª maternidade de Minas Gerais em atendimento SUS. Do total dos partos, realizamos 68,1% pelo SUS. Em números absolutos: foram 2.528”, pontua o diretor assistencial.

No Centro Obstétrico foram 9.700 atendimentos ambulatoriais em 2.019 (média de 808,3/mês). 494 Gestantes/Puérperas atendidas pela CAGEP (Casa de Apoio à Gestante) em 2019 (aumento de 37,2%), totalizando 2.780 diárias (aumento de 34,3%), taxa de ocupação de 75,3% (aumento de 20,4%).

A Casa de Apoio à Gestante é uma conquista muito importante do HCL. Ela funciona no centro, na rua Lafaiete Vasconcelos Sabido. “Essa casa é uma benção. Temos várias grávidas que moram em distritos ou nas cidades vizinhas e não têm onde ficar em caso de necessidade de atendimento médico. Temos enfermagem, refeições, medicamentos e todo suporte. Além disso, estão perto do hospital. Se for preciso, um carro busca para uma consulta. Outras vezes a mãe está bem, mas a criança precisa ficar na UTI Neonatal. Foram quase 500 mães que tiveram essa casa como um apoio em 2019”, conta o provedor Sebastião Onofre Carvalho, que tem um carinho especial com o local.

Resultados

O Pronto Atendimento realizou 18.319 Atendimentos Ambulatoriais em 2019. Enquanto o Serviço de Endoscopia e Colonoscopia fez 2.656 Procedimentos em 2019 – aumento de 19,6%. O HCL realizou 1.240 sessões de Hemodiálise em 276 pacientes em 2019. Já o Serviço de Hemodinâmica atendeu 740 procedimentos, um aumento de 38,6%. A Farmácia Hospitalar que é responsável pelo controle de todo o estoque de medicamentos dos mais diversos setores e serviços gerenciou quase 9 milhões em medicamentos e materiais médico-hospitalares.

O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (NHE) padronizaram várias rotinas e processos no HCL. Entre os resultados mais expressivos, conseguiram com sucesso que o a unidade fosse referência no tratamento da febre amarela. Foi menor taxa de mortalidade entre os hospitais de Minas Gerais no Surto de Febre Amarela.

Em 2019, o Laboratório de Análises Clínicas realizou 117.520 exames – aumento de 10,8%. Serviço de Ultrassonografia realizou 3.162 exames, enquanto a área de Radiologia somou 13.832 exames em 2019. Serviço de Fisioterapia fez 12.212 sessões contabilizando apenas as Unidades de Internação. Foram 6.119 na área respiratória e mais 6.903 fisioterapias motoras. A Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional assistiu 1.480 pacientes.

Estrutura

Para dar conta de tudo isso, o Hospital César Leite é um dos maiores empregadores de Manhuaçu. A instituição filantrópica tem em seu quadro 706 colabores divididos entre os setores de atendimento, manutenção, hotelaria e administrativo.

O corpo clínico é formado por profissionais altamente qualificados. O HCL dispõe de 34 especialidades médicas. Como também se tornou referência na formação de novos profissionais, mantém convênios com instituições de ensino de cursos técnicos e superiores em Manhuaçu e região. O programa de Residência Médica tem quatro áreas de especialização: Cirurgia Geral, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia e Pediatria. 60 médicos já foram formados pelo HCL.

Desafios

O dia 29 de maio marca mais um ano de história, entretanto, para os diretores da instituição, a data é oportuna não apenas para comemoração, mas principalmente para ampliar o diálogo e reforçar o convite para que a comunidade participe e contribua com o Hospital César Leite, com objetivo de construir continuamente uma instituição de excelência, financeiramente equilibrada e aberta a quem mais precisa.

Ao mesmo tempo em que investe na qualidade dos serviços, o Hospital César Leite combate o fantasma do déficit, provocado pelo subfinanciamento dos hospitais, uma consequência da política federal para a Saúde. Para fazer frente a esse desafio, o provedor Sebastião Onofre Carvalho, demais membros da diretoria e do conselho apostam na fórmula que soma trabalho e competência, para obtenção de resultados.

A instituição acredita na gestão profissionalizada e busca parcerias e alternativas para modernizar a infraestrutura. Nos últimos anos, o hospital tem utilizado modernas ferramentas de gerenciamento, firmado convênios com parceiros sólidos no mercado, atraído e mantido os melhores profissionais médicos e valorizado os colaboradores, a chamada família HCL.

Nas relações institucionais, o HCL adota uma política de transparência e diálogo intersetorial e suprapartidário, o que tem garantido recursos complementares e permitido grandes investimentos. A gestão equilibrada resulta em credibilidade entre autoridades e gestores de saúde, aprovação do usuário, dos formadores de opinião e da população em geral.

Texto: ASCOM HCL

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