Manhuaçu chega aos 143 anos de história

 

Esta quinta-feira, 05 de novembro, marca mais um aniversário de emancipação política de Manhuaçu. Agora já são 143 anos de muitas histórias e um desenvolvimento acelerado ao longo de toda a história. A cidade, com seus distritos, ao longo do tempo passou por bons momentos e outros mais difíceis, mais que são superados com a força de seu povo e sua economia.

Investimentos em vários setores, seja em serviços ofertados ou em infraestrutura são necessários para que o futuro promissor chegue de forma rápida e organizada. A seguir, um texto produzido para a Revista Mais, edição número 75, destaca os desafios deste ano de 2020 na cidade e região, que enfrentou enchentes devastadoras e a pandemia do novo coronavirus e está na busca pela recuperação.

Revista Mais

2020: “Um ano quase perdido para o comércio”

Enchentes e pandemia afetaram negativamente a economia

Por Júlio Oliveira

Maior centro econômico da região, com mais de 91 mil habitantes, a cidade de Manhuaçu conta, segundo dados levantados e divulgados pela Administração do município, com cerca de 20 mil vagas de emprego nas cerca de quatro mil empresas registradas. Para se ter uma ideia da grandiosidade dos números, como efeito de comparação, eles equivalem praticamente ao mesmo que todos os municípios da região juntos. Os dados reafirmam a condição de polo regional e a importância de Manhuaçu na economia regional.

No entanto, as incertezas criadas pela pandemia do novo Corona vírus, com orientações para evitar aglomerações e a necessidade de isolamento afetaram diretamente o funcionamento do comércio. Com a maioria dos segmentos sendo fechados por diversas vezes como forma de se evitar o fluxo de pessoas nas ruas, comerciantes contabilizaram prejuízos nos últimos meses. A iniciativa também não apresentou bons resultados já que mesmo com o comércio fechado, o que se verificou sempre foi um grande volume de pessoas nas ruas.

Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Manhuaçu (ACIAM), Silvério Afonso, as incertezas e os conflitos de informações dos setores públicos em praticamente todo o mundo geraram dúvidas, que por um grande período, deixaram o empresariado em geral sem saber como agir.  O fechamento precoce tinha como objetivo dar tempo para que os órgãos públicos se preparassem para a pandemia. “O que aconteceu foi uma morosidade por parte dos governos federal, estaduais e municipais nas ações, e assim a conta ficou toda para o empresariado, que acabou pagando praticamente sozinho com a falta de gestão”, pontuou. Para ele, os prejuízos aconteceram com o comércio fechado e ainda irão refletir por algum tempo.

Vídeo em homenagem aos 142 anos, produzido ano passado por Téo Nazaré para homenagear a cidade em seu aniversário:

Mercado de trabalho e demissões

Além dos prejuízos financeiros aos comerciantes e empresários, o fechamento por alguns períodos e a redução na atividade fez com que ocorressem demissões para adequações à nova realidade. De acordo com os números apresentados pelo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgado no mês de agosto, Manhuaçu perdeu mais de 530 postos de trabalhos neste ano de 2020, mesmo com a safra recorde da cafeicultura que sempre gera inúmeras contratações com carteira assinada. Isso sem contar os autônomos e trabalhadores informais, prestadores de serviços que não entram nesta estatística, mas que também foram amplamente atingidos, aumentando significativamente os números.

Em todo o país houve uma forte deterioração do mercado de trabalho, tanto informal como formal, durante a pandemia. Entre maio e julho, o desemprego cresceu 20,9% e alcançou 12,2 milhões de pessoas. Somente no segundo trimestre, de abril a junho, 8,9 milhões de brasileiros perderam o emprego – 6 milhões deles informais. Em Manhuaçu, além das demissões de trabalhadores e fechamento de vagas no mercado, possíveis novas frentes de trabalho deixaram de ser abertas, por medo ou receio por parte dos empresários em relação ao futuro. Em alguns casos as demissões foram descartadas por causa da ajuda emergencial do governo, que supriu em parte as necessidades das pessoas, deixando o comércio pronto para um novo aquecimento da economia.

Enchente sinalizou ano ruim

Antes da pandemia, o setor comercial e a cidade de Manhuaçu foram duramente afetados pelas chuvas fortes do início do ano. A cheia do Rio Manhuaçu, que provocou o alagamento de ruas, praças, casas e estabelecimentos comerciais, trouxe muita destruição e prejuízos. Os acontecimentos já sinalizavam um ano difícil, que teria que ser superado com muito trabalho e pela força do comércio, da indústria, do agronegócio e dos setores de saúde e educação. Segundo o empresário do ramo de contabilidade, Elias Temer Junior, também presidente do CDL – Clube de Diretores Lojistas de Manhuaçu – naquele momento houve uma resposta rápida, que foi considerada fantástica, com a criação do grupo “Recupera Manhuaçu”. “O movimento, de iniciativa da comunidade em geral, chamou a atenção das cidades vizinhas afetadas também pelas chuvas que começaram a copiar o trabalho bem feito aqui e toda região se superou muito bem”, destacou.  “Resta ao nosso poder público copiar as boas ações feitas pela comunidade em geral, e ter um bom trato com o dinheiro público, pois, os recursos se bem administrados, com certeza serão suficientes para reerguer toda a infraestrutura danificada”, completou.

Otimismo com safra de café

Apesar dos prejuízos registrados este ano e as previsões de economistas do país e do mundo todo serem de uma retomada lenta e gradual da atividade econômica, a expectativa do setor empresarial é de recuperação rápida na economia regional nos próximos meses.  É que um setor, em especial, está amenizando os reflexos da crise, “Estamos em meio a uma safra de café recorde e com preços num patamar que eu diria de bom para ótimo, gerando para Manhuaçu e cidades vizinhas valores que irão agregar negócios e que fomentarão a nossa economia”, destaca Silvério Afonso.

Mas mesmo com essa safra recorde, o presidente da Associação Comercial acredita ainda ser cedo para uma avaliação do que haverá pela frente, defendendo a adoção de políticas públicas nos próximos meses, não somente para a região, mas todo o país, para uma recuperação mais segura dos setores econômicos. “Esperamos do governo mais créditos e juros realmente baixos para que a indústria, comércio e todos os setores afetados possam reagir”. A ajuda emergencial do governo, que supriu em parte as necessidades das pessoas, também está ajudando e deixando o comércio pronto para um novo aquecimento da economia, que já está ocorrendo em Manhuaçu.  “Nossa região é composta por um povo muito aguerrido e trabalhador e, Graças a Deus, a pandemia em nossa região veio em uma época de excelente safra e preço para nossos cafeicultores que, com certeza, ajudarão e muito na retomada da economia“, completou Elias Temer.

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