Negociações com grupo Russo não avançam e Fertilizantes Heringer tem futuro incerto
As negociações para a compra da Fertilizantes Heringer, que tem origem e uma de suas principais sedes em Manhuaçu, com ramificações no Espírito Santo, por um grupo russo tomaram um rumo inesperado.
Segundo publicação da Gazeta, após aprovação da venda pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em 23 de dezembro do ano passado, a empresa publicou, quatro dias depois, que não houve sucesso nas negociações com os acionistas.
“As partes não conseguiram chegar a um consenso a respeito dos termos e condições da operação que culminaria com a titularidade, pelo investidor, das ações que representam o controle da companhia, não obstante, terem envidado os seus melhores esforços para concluir as negociações em termos e condições aceitáveis a ambas as partes”, diz o fato relevante assinado pelo diretor financeiro e de relações com investidores, Carlos Heringer, em 27 de dezembro.
0 acordo de venda de controle da Heringer para as russas Uralkali e Uralchem foi anunciado ao mercado em setembro. Os grupos propuseram pagar até US$ 115 milhões para assumir o grupo brasileiro , que passa por dificuldades financeiras. Era preciso que a venda fosse aprovada por um conselho de acionistas para que fosse concretizada.
Recuperação Judicial
Em dezembro, os credores aprovaram o plano de recuperação judicial. A empresa tem dívidas que somam mais de RS 1,8 bilhão. O faturamento da companhia que chegou a R$ 5,3 bilhões em 2016 caiu para R$ 3,8 bilhões em 2018.
No processo de recuperação judicial, a empresa alega que, além da forte turbulência econômica nacional, perdeu espaço no mercado para firmas multinacionais, que operam tanto na produção como na distribuição e que lucram com a operação em larga escala.
A Heringer também revelou o motivo da piora do quadro após ações de cobranças de determinados credores, que conseguiram bloquear o saldo de todas as suas contas bancárias para o pagamento dos débitos.
Demissões
Em janeiro do ano passado, a Heringer informou que iria fechar algumas plantas no país e demitir funcionários. No comunicado, a empresa afirmava que estava impossibilitada, inclusive, de pagar os salários depois de ter as contas bloqueadas pela Justiça. Na época, a companhia contava com 3 mil trabalhadores. No mesmo mês, dois diretores renunciaram ao cargo.
Fonte: Natalia Bourguignon / A Gazeta