20 de novembro: Dia Nacional da Consciência Negra

Qual a cor da sua pele? Talvez tenha dificuldade para definir, diante de uma indagação repentina. Talvez por falta de coragem de assumir sua origem. Outros tantos se calam, devido ao preconceito que ainda existe. Mas, independentemente da resposta, torna-se importante a data no calendário lembrando, que neste 20 de novembro de 2023, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, para que tenhamos uma sociedade mais justa, igualitária e saiba respeitar o povo negro, ou aquele que é descendente e corajoso, para enfrentar o preconceito existente de forma “velada”.

De várias formas ele existe e, a luta diária é contra o racismo, o genocídio do povo negro, o feminicídio, o machismo, o etnocídio, o racismo religioso, o encarceramento em massa. Boa parte da sociedade ignora ou finge não entender, mas o debate gira em torno de todas as formas de violência e violação dos direitos humanos, contra o golpe que tem promovido a retirada de nossos direitos.

É bem diferente o que se fala, o que é colocado em prática e vivenciado pelo povo negro, que tem demonstrado sua força, sua capacidade, sua inteligência e a garra para conquistar espaço, onde, muitos gostariam estar. Que história linda e cheia de surpresa, contada ontem (domingo) no Fantástico, que tem como personagem a mineira Natalícia Tracy, filha de uma dona de casa com um carpinteiro, que ainda na adolescência deixou o interior de Minas Gerais, para trabalhar como babá nos Estados Unidos.  Mesmo trabalhando, não desistiu de sonhos e acreditou que o conhecimento faria toda a diferença.  Faculdade, fez mestrado, doutorado, e atualmente é conselheira-chefe de Segurança e Saúde do Trabalhador na capital americana, na Casa Branca, em Washington (EUA). Lá, ela trabalha desde setembro de 2021.

A população negra resiste.  Por isso, neste dia 20 de novembro é uma data apenas para relembrar a luta histórica, para uma busca contínua e mostrar que, ainda hoje se faz tão necessária muitas ações, para que todos entendam sobre a Consciência Negra, e termos uma sociedade mais justa.

Em 1996, a jovem Eliane Cabral, moradora do bairro Petrina percebeu que seria a hora de iniciar um movimento, para despertar os jovens negros sobre a importância de garantir participação ativa na vida da sociedade manhuaçuense. Criou a Associação do Movimento Cultural Negro de Manhuaçu, para um trabalho de conscientização e uma luta antirracista. Ao mesmo tempo passou a trabalhar com os jovens negros várias habilidades, inserção nos eventos sociais, a fim de que pudessem enxergar a importância de estarem inseridos na sociedade e, assim mostrar que essa realidade de racismo pertence ao passado

O Movimento Cultural Negro de Manhuaçu continua tendo voz e vez, graças a coragem e determinação da jovem Eliane Cabral, que cheia de ideias, projetos e corajosa deu início a uma nova fase sobre a Consciência Negra. Esse dia deve ser comemorado como sendo, a data em que a população precisa dizer que o respeito é fundamental e, o preconceito precisa ser banido em definitivo pelas pessoas, que vivem numa sociedade moderna. (Eduardo Satil)