Vídeo: A faixa de pedestre esquecida na história da cidade

O Dia da Faixa de Pedestre não foi comemorado em Manhuaçu

Você se lembra do “sinal da mãozinha”? Pois bem. Em 8 de agosto 2006, a cidade de Manhuaçu abraçou o projeto da “Faixa de Pedestre” e, a Campanha Olho Vivo na Faixa, para pôr um fim ao desrespeito generalizado à segurança do pedestre, haja vista, que motoristas, motoqueiros e até ciclistas, não respeitavam de maneira alguma quem precisava atravessar.

Com a implantação do projeto, bastava estender a mão em faixas de segurança, que o condutor parava. A faixa de pedestre tornou-se um compromisso de estudantes, professores, profissionais de segurança pública, imprensa, empresários e a família. As campanhas publicitárias eram realizadas com adesivos distribuídos para os carros, além de palestras nas escolas e apresentação teatral na área central da cidade. Tudo isso, era um somatório de ações, para que a mensagem pudesse chegar a todos os manhuaçuenses com linguagem diferente.

Com o passar dos anos, muitas coisas começaram a mudar com relação a educação no trânsito de Manhuaçu. Os órgãos públicos também deixaram para segundo plano, o trabalho educativo que deveria ser contínuo, com o envolvimento de toda a sociedade.

Aniversário da faixa em Manhuaçu

O dia 8 de agosto, deveria ter sido lembrado por todos que moram em Manhuaçu, participam de movimentos sociais, para eternizar a cidade como a pioneira e Mãe da Campanha “Olho Vivo na Faixa”, para todo o Estado.  Somente os ex-presidentes do Conselho de Segurança Pública (S.J. de Moraes e Flávio Lacerda), que estiveram à frente da campanha à época, juntamente com demais órgãos do município lembraram o que foi verdadeiramente o processo de educação do trânsito, a partir da iniciativa de pessoas comuns e comprometidas com o bem-estar social. O ex-presidente do Consep, radialista S.J. de Moraes lembrou do  movimento, no último domingo,7, durante o programa Café e Cultura (Rádio Nossa), com a participação do ex-comandante do 11º BPM, Cel. Geraldo Henrique e, a ex-diretora da Escola Estadual Monsenhor Gonzales, Luizaura Januário. Os dois são considerados os pais da Faixa de Pedestre e a Campanha Olho Vivo. Também participaram da entrevista, o vice-presidente da Academia Manhuaçuense de Letras, Dr.Sérgio Alvim e o atual presidente do Consep, Sgt. Anísio Gonçalves de Souza. Em sua fala, o Cel. Geraldo Henrique lembrou de como tudo começou, os desafios de todos os parceiros e o resultado alcançado. “Era tudo novo e desafiador. Como comandante, procurei conhecer como era desenvolvido em Viçosa, Brasília e as adaptações foram acontecendo, com a participação da comunidade”, lembra o ex-comandante do 11º BPM.

A ex-diretora da Escola Estadual Monsenhor Gonzales, Luizaura Januário lembra que o movimento ficou forte, a partir do atropelamento de um aluno na porta do educandário. “No início todos nós abraçamos o projeto. O apitaço era bacana, chamava a atenção e todos participavam. Para nós é motivo de orgulho, termos participado desse grandioso projeto”, disse Luizaura Januário.

Ao final da entrevista, o radialista S. J. de Moraes destacou a necessidade da retomada das ações, com a participação do Poder Público, para não deixar morrer algo tão relevante quanto a Faixa de Pedestre. “É preciso que a Prefeitura (Secretaria de Obras), possa ter atenção voltada para a manutenção e revitalização da Faixa de Pedestre. Retomar as ações será fundamental, para mantermos viva a nossa história”, detalha S.J. de Moraes.

Em abril, a Prefeitura iniciou a revitalização das faixas, principalmente em frente aos educandários,, porém, em alguns locais a pintura já apagou. Infelizmente, condutores ignoram os pedestres que tentam atravessar a faixa de pedestre. O Departamento Municipal de Trânsito precisa correr contra o tempo, para manter viva a Campanha Olho Vivo na Faixa por toda a cidade, que um dia foi exemplo para todo o Estado e, assim não deixar cair no esquecimento um projeto tão importante que faz parte da história do município, que tem evitado muitos atropelamentos na cidade.

 

 

Eduardo Satil