Acadêmica apresenta Biografia de Antônio Julião
Em sessão solene, realizada pela Academia Manhuaçuense de Letras, a acadêmica e professora, Celeste Maria Fraga de Oliveira, ocupante da cadeira n.º 25, apresentou o trabalho sobre o Artista Plástico, Antônio Julião. O evento aconteceu na noite desta sexta-feira, 23, e contou com a presença de familiares da acadêmica, do artista e convidados.
Antônio Julião nasceu em Manhuaçu, em 3 de maio de 1951. No dia 15 de julho de 1980 faleceu aos 29 anos, durante uma viagem de Barcelona para Madri, em consequência de acidente ferroviário. Desde bem cedo, Antônio Julião ficou fascinado com as artes plásticas e, através dos desenhos transmita mensagens importantes. Era possuidor de extraordinário talento verbal, tanto na fala quanto escrevia muito bem. Outra peculiaridade do artista era sua inquietação intelectual, sua aguda percepção de realidade e das contradições do sistema vivido, suas intensas angústias, sua vida frenética, rica em de encontros e desencontros, de amores e desamores, levaram-no a uma crise que abalou temporariamente seu brilho como pessoa.
Todos esses detalhes são trazidos pela acadêmica e professora, Celeste Fraga, que debruçou na pesquisa de seu Patrono. Entre várias atividades criativas de Antônio Julião, a acadêmica cita sua última exposição na Galeria do Palácio das Artes de Belo Horizonte (1980), intitulada “Figuração Selvagem”, que foi transferida no mesmo ano, para a Galeria da Fundação de Arte de Ouro Preto.
Durante a apresentação, a professora Celeste Fraga disse que, em 1977 conviveu com o poeta desenhista. Sempre inquieto, criativo, sonhador e preocupado com a situação do Rio Manhuaçu e encantado com as montanhas da região. O encanto com os indígenas também foi uma característica do poeta. “O poeta desenhista falava através das telas, com técnicas simples. A tela Jardim do Sonho era para chamar atenção, devido à falta de cultura em Manhuaçu, pois tinha na mente que a cultura significava evolução. Esse trabalho mostra quem foi esse grande poeta desenhista, Antônio Julião”, ressalta a acadêmica Celeste Fraga.
Para Francisco Julião, irmão do artista, a alegria de toda a família é saber que, todos guardam boa recordação de Antônio Julião, que sempre demonstrou um carinho enorme por Manhuaçu. Aqui viveu, aqui realizou o sonho e hoje tem sua trajetória reconhecida pela Academia Manhuaçuense de Letras. Ao final, o presidente da AML, Dr. Luiz Gonzaga Amorim encerrou a solenidade. “Um trabalho perfeito trazido para nós, pela acadêmica Celeste Fraga. Esse brilho precisa ficar para sempre. A trajetória de Antônio Julião nos inspira, para continuarmos valorizando e admirando a arte”, disse. (Eduardo Satil).