Dia da Consciência Negra comemorado em Manhuaçu
Atrações musicais, apresentações variadas e palestras marcaram as comemorações do Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quarta-feira, 20, por ter sido o dia da morte do líder negro Zumbi, que lutou contra a escravidão no Nordeste.
Em Manhuaçu, as atividades realizadas pela Prefeitura, em parceria com o Conselho Municipal de Promoção pela Igualdade Racial aconteceram na Praça Cordovil Pinto Coelho, com várias apresentações, a fim de relembrar a importância de refletir sobre a posição dos negros na sociedade, o preconceito e o racismo, que ainda são presentes em boa parte da sociedade.
Na abertura, o presidente do Conselho Municipal de Promoção pela Igualdade Racial, professor Luciano Lima, o vice-presidente, Fernando Rocha e, o presidente da Associação do Movimento Cultural Negro de Manhuaçu, Marco Antônio Cabral chamaram a atenção para que todos estejam mais conscientes, na busca de direitos, refletindo como protagonistas da própria história.
“ Pela primeira vez no Brasil tivemos um feriado nacional, em Comemoração ao Dia da Consciência Negra. A cultura afro-brasileira tem de estar viva. A busca pela igualdade por direitos jamais cessará, mesmo diante das dificuldades sociais, não podemos cruzar os braços, sobretudo, depois da promulgação de um decreto presidencial no final de 2023”, explica Luciano Lima. Ele ressalta ainda, que há mais de 500 anos, uma mistura étnico-racial faz com que a população brasileira, seja em sua maioria negra.
Roda de Conversa: desafio para a valorização da herança africana
O presidente da Associação do Movimento Cultural Negro de Manhuaçu, professor Marco Antônio Cabral, percebe a necessidade de as escolas continuarem debatendo o tema, uma vez que, a discriminação, sentida em todas as áreas, tornou o negro excluído da sociedade, da educação e consequentemente, do mercado de trabalho. Por isso, a Associação do Movimento Cultural Negro realizou uma Roda de Conversa, na Casa de Cultura “Ilza Campos Sad”, para difundir a ideia. O professor de História, Paulo Vinícius Silva de Santana trouxe à mesa, uma reflexão sobre a forma de tratamento, a discriminação, a representatividade dos negros nos mais diversos espaços, acesso à universidade e, a luta necessária para serem aceitos da mesma forma que os brancos no Brasil.
O presidente da 54ª Subseção da OAB/Manhuaçu, Dr. Glauber Vidal abordou o racismo como um comportamento grave de quem o pratica. A criação de um dia comemorativo da Consciência Negra é uma forma de lembrar, a importância de valorizar um povo que contribuiu para o desenvolvimento da cultura brasileira. “É preciso que tenha mais valor e, ao negro ser dada a oportunidade de participar e representar em todas as camadas sociais”, frisa Glauber Vidal. (Eduardo Satil).