Fechamento de mina d’água gera polêmica e leva usuários à Câmara

Comissão foi formada para saber o que aconteceu, com a participação dos moradores

O fechamento de uma mina d’água, na Alameda Eloy Werner, no bairro São Vicente, a cerca de quatro meses tem deixado moradores adjacentes, que usam da água para lavar carros e levar o liquido para usar nas residências, agora estão indignados. Muitas pessoas acostumadas por anos a se beneficiar daquela água começaram a ficar revoltadas, após chegarem ao local com galões e garrafas, perceberam que alguém havia colocado concreto, onde a água jorrava com abundância.

A mina faz parte da vida de muita gente, que por longos anos usaram a água para lavar roupas ou servirem em casa, mesmo sabendo que não era tratada. Os moradores mais antigos do bairro contam que, um morador teve o cuidado de canalizar a água, cuja nascente fica no ponto mais alto do bairro São Vicente, até chegar naquele ponto, que se tornou propício para facilitar a vida de muitas famílias. “A mina da Alameda Eloy Werner”, além de referência de anos, tornou-se também um patrimônio do município se considerar, como as pessoas conhecem e se referem ao lugar.

Com a construção de um imóvel, o proprietário decidiu fechar a mina, alegando que o barulho de pessoas pegando água, lavando carros estava gerando incômodo e perturbação do sossego. Recentemente, com a reconstrução do muro da APAE, a água foi canalizada até uma “boca de lobo”, que existe no local.

Moradores pedem apoio da Câmara

Cansados de esperar por resposta, alguns moradores compareceram à Câmara de Vereadores na noite de ontem (quinta-feira,4), para acompanharem explicações diante de um requerimento da vereadora, Eleonora Maíra, endereçado  ao diretor do  SAAE, para esclarecer acerca do fechamento da mina d’água. A Secretaria de Saúde também foi convocada. De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Ana Lígia de Assis, a água da mina é imprópria para o consumo e, para evitar situação de contaminação, não deve ser consumida. “Outro aspecto observado é que, a mina está em uma área particular”, disse. Mas, ao adquirir o lote e construir a casa, a mina já existia. O vereador José Eugênio foi categórico ao afirmar, que, em hipótese alguma pode deixar que o interesse individual sobreponha o interesse coletivo. Um morador do bairro São Vicente contou que, há 40 anos toma água da mina e tantas outras famílias. “Ninguém nunca sentiu uma dor de barriga. Nunca ouvi dizer que alguém tivesse passado mal, usando aquela água. Agora só é usada para lavar carros e, muitos levam para casa para outras finalidades. Queremos a nossa mina de volta”, desabafou.

O químico do SAAE, Héliton Bassoto disse que, embora a água não tenha ligação com o SAAE, algumas vezes foi coletada amostra para análise, considerando a Solução de Atendimento Coletivo (SAC). Disse ainda que, no caso em discussão, o SAAE não tem relação alguma com o fechamento da mina d’água.

No entanto a situação tem causado certo sentimento de revolta, já que os moradores afirmam que a água, dom da vida, fornecida por Deus está sendo tirada deles de maneira bem ríspida esperam que, a proprietária reconsidere a ação. Para entender o que está acontecendo, o presidente da Câmara, Cleber Benfica nomeou uma comissão para fazer um levantamento minucioso do caso, com a participação dos moradores e Procuradoria Jurídica do Município.

Eduardo Satil