Incêndios começam a provocar preocupação e revolta

“A sensação da impunidade é vista por todos os lugares”

Todo ano a cena de destruição se repete em diversos lugares, onde existem vegetação, matas nativas ou ciliares que demoram anos para se formar, acabam sendo consumidas pelo fogo e a falta de consciência do ser humano.

A falta de chuva tem deixado a pastagem bastante seca e, isso facilita com que qualquer chama ganha grandes proporções com rapidez, para destruir em pouco tempo a plantação existente, as árvores em formação e empobrecer o solo. Algumas pessoas utilizam também as queimadas, como prática agropecuária para renovação de pastagens, ou limpeza da terra. Esquecem que o mecanismo aplicado contribui e aparece como causa de degradação, além do resultado e efeito das queimadas praticadas, leva ao empobrecimento progressivo do solo e mata os animais, que ali encontram abrigo.

Muitos que gostam de promover as queimadas, para atribuir o tempo seco e o vento forte como sendo os responsáveis pela elevação de tantos casos, como o reflexo da sensação de impunidade devido às leis, que são bastante fragilizadas.

Nesse período, somente no perímetro urbano de Manhuaçu, já foram registrados vários focos de incêndio, que consumiram toda a vegetação e trouxe prejuízo lastimável às pessoas. Por exemplo, a Área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Irmã Sheila, que fica entre os bairros São Jorge e Cidade Nova, que recebe os cuidados da ONG Pro Rio Manhuaçu, para a recuperação com a realização de plantio de árvores, já sofreu ataque no mês passado.

Ontem, o fogo coloriu e destruiu uma pastagem extensa entre os Bairros Bom jardim e Ponte da Aldeia. De longe era possível observar as chamas altas e, uma cortina de fumaça escondia as árvores existentes e se espalhava em várias dimensões.

A vontade de destruir a natureza tem mais domínio que as leis, cridas para proteger o meio ambiente como um todo, punir os responsáveis e determinar que recuperem a área destruída. Apesar da criação de Conselho, para frear esse tipo de crime ao meio ambiente não tem sido tão eficaz.

A reportagem “Cidade Total” conversou com o presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMA), Kildare Brandão, sobre a situação de incêndios que estão ocorrendo no perímetro urbano, além de locais de vegetação nativa, diminuindo a vegetação e afugentando ou matando os animais que permanecem ali abrigados. Percebe-se que existem pessoas, que se sentem bem devastando o meio ambiente.

Kildare Brandão disse que, o Conselho Municipal de Meio Ambiente não tem como reverter essa situação, que é e um retrato triste de se ver. “O Conselho não tem capacidade mudar esse quadro, com uma fiscalização rigorosa. O município também não possui uma estrutura capaz e bem montada, para realizar uma fiscalização na área urbana e, nem nos distritos. A competência para fiscalizar é da Polícia Militar de Meio Ambiente”, explica Kildare Brandão. Ele ressalta ainda, que é a situação é complexa, que exige a participação do poder público, dos órgãos fiscalizadores, entidades, ambientalistas e sobretudo daqueles que moram nestes locais, e às vezes conhecem os criminosos, que destroem todo o ecossistema e sentem a sensação da impunidade.

Kildare Brandão, que também é analista ambiental do IEF (Instituto Estadual de Florestas), orienta que qualquer tipo de queimada deve ser feito com autorização do órgão. Ele relembra que, nesse período seco, os riscos aumentam. Como medida preventiva, o órgão não está autorizando nenhuma prática de queimada em propriedades rurais. Para qualquer informação, as pessoas podem fazer contato via e-mail ou pelo telefone (33) 3331-3380.

Eduardo Satil