Justiça de Manhumirim condena os assassinos do Padre Adriano
Passado um ano e três meses do bárbaro assassinato do padre Adriano da Silva Barros, 36 anos, vigário da Paróquia São Simão de Simonésia, a Justiça da Comarca de Manhumirim sentenciou os acusados do crime a uma pena de 31 e 36 anos de prisão, considerando que praticaram latrocínio (roubo seguido de morte). Foi a conclusão da investigação realizada pela Polícia Civil, apontando elementos suficientes, para o Ministério Público e à Justiça. A sentença foi prolatada ontem (terça-feira,18), pelo juiz de Manhumirim. O terceiro envolvido teve o processo desmembrado. A morte cruel do padre Adriano abalou toda a região, bem como a Diocese de Caratinga devido a crueldade, com que os acusados cometeram o crime.
Relembre o caso
O corpo do padre Adriano da Silva Barros foi localizado na noite de 14 de outubro de 2020, no Córrego Pirapetinga, zona rural de Manhumirim, totalmente carbonizado e com sinais de violência. A perícia técnica indicou, que haviam cinco perfurações causadas por arma branca (possivelmente uma faca). O corpo do padre estava carbonizado e, ainda havia vestígios de gasolina no local.
Horas após a localização do corpo, os policiais militares chegaram a um jovem de 22 anos, como sendo suspeito do crime. Levado à Delegacia de Polícia, ele negou participação no homicídio, mas, momentos após admitiu o crime. Disse que tinha um relacionamento amoroso com o religioso e, que houve um desentendimento entre ambos por causa de dinheiro. Mas, mesmo com a versão apresentada pelo jovem de 22 anos, a Polícia Civil seguia a linha de investigação como sendo latrocínio. A versão apresentada seria uma forma de se esquivar da responsabilidade e, atribuindo parcela de culpa à vítima.
Também foi localizado um adolescente de 16 anos, que estava na casa junto com o suspeito e, disse que sabia do crime.
Investigadores em campo
A partir daí os investigadores de Manhumirim e Manhuaçu, iniciaram intenso levantamento e conseguiram localizar dois dias depois, o segundo envolvido no assassinato de Padre Adriano no Rio de Janeiro, bem como o veículo Ônix, Branco, Placa QWS 4472 de Simonésia. A equipe de investigadores que efetuou a prisão, na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, formada pelo Delegado de Manhumirim, Dr. Glaydson de Souza Ferreira, os investigadores Maxiliano Assereuy Pedroso, Ricardo Emiliano da Silva e Luiz Fernando Lopes de Oliveira, descobriram que a motivação seria uma possível dívida de drogas do irmão do suspeito com traficantes.
Ele era morador do Rio de Janeiro e, numa abordagem da Polícia daquele estado, uma certa quantia de drogas teria sido apreendida. O suspeito é conhecido traficante lá e ficou com débito de drogas e, para levantar o dinheiro teria vindo à cidade de Manhumirim. Com isso, houve a reunião e surgiu a ideia de cometer o tenebroso crime.
Eduardo Satil