Líderes discutem com Executivo e Ministério Público situação de queimadas
A indignação da população ao ver o rastro de destruição na mata acima do bairro Catuaí, na última terça-feira,21, foi imediata, bem como a cobrança por uma resposta sobre o responsável pelo incêndio criminoso. A repercussão provocou uma reunião entre lideranças comunitárias, Conselho de Associações de Moradores de Manhuaçu e Conselho do Meio Ambiente (CMA) com a prefeita Maria Imaculada, Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Sandro Tavares e o titular da Promotoria de Meio Ambiente, Dr. Pedro Ribeiro. O objetivo da reunião, promovida pelo Coamma foi para ampliar a discussão sobre os inúmeros casos de incêndio que estão ocorrendo no perímetro urbano da cidade, em locais próximos a residências e, a destruição total das pequenas matas.
O fogo que atingiu a reserva São Lourenço, que fica bem vizinha do bairro Matinha e se estende aos bairros Catuaí e Petrina foi o que revoltou moradores, que têm presenciado “focos que aparecem do nada” e, de repente se alastram. O aumento desses incêndios vem tirando o sossego da população, visto que inúmeros desses vem sendo provocados por uma ação irresponsável e criminosa. Até agora ninguém foi responsabilizado pelos crimes ambientais, que são bem semelhantes.
Moradores e participantes da reunião de hoje expressaram profunda revolta, pelas sucessivas queimadas registrados nos últimos dias no local. Toda essa ação tem trazido consequências sérias para o meio ambiente, fauna, flora e os moradores do entorno, que são obrigados a dormir respirando fumaça.
A presidente do Conselho das Associações de Moradores de Manhuaçu, Marines Bragança enfatizou a necessidade de um trabalho de conscientização, mas também o de responsabilizar a quem praticou o crime ambiental, destruindo a mata acima do bairro Catuaí.
O Promotor de Justiça, Dr. Pedro Ribeiro diz que está preocupado com o desmando de pessoas, que precisam ser responsabilizadas pela degradação ambiental. “Estou aqui nessa reunião para ouvir a comunidade, a fim de que possa colaborar com informações e, assim, seja possível apurar a quem interessa destruir a mata, que ocupa toda a dimensão dos bairros Catuaí e Petrina”, destacou Dr. Pedro Ribeiro.
A prefeita Maria Imaculada falou da proposta de transformar o local em um parque municipal, para que a população possa visitar. Na visita realizada na reserva, a prefeita falou em construir uma casa e manter um vigia permanente. “Temos de unir nossas forças, para coibir esse tipo de crime. Pode ter sido retaliação ao nosso projeto, para a reserva São Lourenço. Queremos investir para preservar, mas a população precisa colaborar”, disse a prefeita.
Para o Secretário Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Sandro Tavares, a demanda existente está acima do que o município dispõe. A falta de efetivo contribui para que as ações, não sejam contínuas no combate aos crimes ambientais, sobretudo as queimadas. Já, o presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Kildare de Lima Brandão detalha que se faz necessário uma campanha educativa, fiscalização rigorosa e o empenho de toda a população, em defesa das questões ambientais.
Propostas são levantadas para salvar o meio ambiente
Ao final da reunião, os participantes e líderes comunitários decidiram que deve ser realizada campanha unificada, permanente em prol do meio ambiente, fomento de denúncia de degradação ambiental a partir do Disque Denúncia Unificada (DDU 181), proibição de loteamento no corredor verde que compreendem os bairros Matinha, Catuaí e Petrina. Também ficou definido um estudo e catalogação das espécies animais e vegetais existentes no ecossistema e, a divulgação ampla para conhecimento e preservação das espécies catalogados. Monitoramento aéreo, com a utilização de drones e terrestre das áreas de preservação ambiental, implementação da campanha “plante uma árvore”, para o reflorestamento das áreas devastadas por queimadas, construção de parques ecológicos, implementação do turismo ecológico com foco em todas essas áreas e, a implantação da Conferência do Meio Ambiente, a ser realizada na Semana Mundial do Meio Ambiente, a partir da primeira semana de junho de 2022.
Na próxima semana, a comissão de publicidade estará reunida para dar início aos trabalhos de divulgação, para organizar uma campanha de conscientização à população.
Eduardo Satil