Monitores demonstram insatisfação com Administração e pedem apoio do Sintram

Eles estão prontos para a greve, diante do descaso da Administração

Mais de 80 monitores das creches e escolas municipais participaram na tarde desta sexta-feira, 15, de uma reunião na sede do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintram), para discutirem sobre a valorização e melhoria salarial. Os profissionais estão cansados de aguardarem respostas. A categoria debateu ideias e elencou metas, para reivindicação junto à Prefeitura. Uma delas se refere ao conceito de atividade que exerce. De acordo com monitores, a maioria vai mais além daquilo que a função define e, contribuem para o desenvolvimento cognitivo do aluno na realização de atividades, bem como na elaboração do plano de atividades, diário a bordo, desempenhando papel de professor, além de fazerem contato com os pais caso necessário. Realizam a troca de frauda nas crianças e, outras atividades durante a permanência no local de trabalho.

No encontro, o presidente do Sintram, Márcio Silva Correa, disse que o momento é delicado e, a situação dos monitores que prestam serviço nas creches e escolas do município precisa ser observada pelo Executivo. Assim sendo, a entidade que representa a categoria estará cobrando um posicionamento à prefeita Imaculada. “Na próxima semana, o sindicato estará enviando um documento, que reunirá as reivindicações aqui apresentadas. As mais urgentes apontadas na reunião são: reajuste salarial, desvio de função, hora extra e cobrança por trabalhar aos sábados. Daremos uma semana, para tomarmos uma medida”, explica Márcio Silva Correa.

Monitor é somente para apoio na sala de aula

O vice-presidente do Sintram, Leandro Belga, que exerce a função de monitor na Escola Municipal São Vicente de Paula (CAIC), retratou bem o que hoje os monitores estão passando, sendo obrigados a realizarem atividades, que fogem da alçada. Segundo ele, o trabalho que hoje é desenvolvido pode ser interpretado como sendo desvio de função. Em alguns lugares, a coordenação ainda obriga o monitor a realizar diversas tarefas, o que acaba tirando o estímulo de trabalhar. “Essa união é importante e necessária, para que a municipalidade entenda o quanto é forte a categoria. A gente não pode ficar fazendo plano de aula, nem diário de bordo. Ao monitor, cabe dar apoio. Não temos formação pedagógica e, não podemos admitir perseguição nesse sentido”, disse o vice-presidente do Sintram, Leandro Belga.

A monitora Aline Gomes, conta que os profissionais estão bastante cansados de uma luta que nunca tem fim. Além da defasagem salarial, o acúmulo de atribuições está desgastante. “Vamos reivindicar o reajuste salarial, que seja revista a situação do monitor em desvio de função, hora extra e a situação de trabalhar aos sábados. Hoje somos 203 monitores concursados e 127 contratados”, detalha Aline Gomes.

Já o assessor jurídico do Sintram, Dr. Glauber Vidal, explicou para os monitores que a Fundação João Pinheiro terá um ano para elaborar o Plano de Cargos e Salários.  Reafirmou ainda, que o monitor está desempenhando o papel de professor, além de não ter uniforme para identificação e péssimo salário.  As questões emergenciais podem ser resolvidas de forma rápida, sem esperar pela Fundação. “Estamos preocupados com o que está acontecendo. Encaminhamento será feito à prefeita. Uma carta aberta também será elaborada e, dependendo do posicionamento do Executivo, os monitores e sindicato realizarão uma manifestação e até uma paralisação”, argumenta o advogado do Sintram.

Ass. Imprensa/ Sintram