Movimento Cultural Negro de Manhuaçu realiza Festival Afro-Brasileiro
Para fortalecer o trabalho desenvolvido ao longo dos anos de caminhada, o Movimento Cultural Negro de Manhuaçu realizou o 1º Festival Afro-Brasileiro. O evento foi realizado na quadra da Escola Municipal São Vicente de Paulo. A abertura oficial aconteceu na sexta-feira (19), com a presença de convidados e pessoas que foram homenageadas com o troféu “Personalidade Negra”. O objetivo do evento foi o de fomentar a cultura Afro-Brasileira no município de Manhuaçu e região. Além disso, promover iniciativas culturais dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana e, demais grupos artísticos e culturais, que trabalham com a temática afro-brasileira, dando visibilidade e contribuindo, para a garantia dos direitos de acesso e promoção às fontes de cultura.
A cultura afro-brasileira remonta ao período colonial, quando o tráfico transatlântico de escravos forçou milhões de africanos a virem para o Brasil. Assim, foi formada a maior população de origem africana fora da África. Esta cultura está marcada por sua relação com outras referências culturais, sobretudo indígena e europeia a qual está em constante desenvolvimento no Brasil.
Noite de homenagens no 1º Festival
A organização do 1º Festival Afro-Brasileiro de Manhuaçu preparou o evento, de forma bastante singular. A abertura oficial aconteceu na sexta-feira (19), com a presença de convidados e pessoas que foram homenageadas com o troféu “Personalidade Negra”. A escolha foi feita pela organização do evento, enxergando pessoas que diariamente batalham em defesa do bem-comum, que são solícitas para promoverem a paz na sociedade e, que buscam sempre o engajamento social. Moradores de bairros que fazem parte da história de Manhuaçu, outros que através do seu trabalho puderam contribuir para a transformação social, receberam com alegria o troféu “Personalidade Negra”.
Em continuidade a atividade, neste sábado (20), aconteceu a palestra sobre desafios para a sociedade antirracista, com a participação da professora, pedagoga e líder do Movimento Negro de Caratinga, Giuliane Quintino Teixeira, que também exerce mandato de vereadora em Caratinga. Com muita capacidade e olhar para o contexto da história, a palestrante chamou a atenção para os dias de hoje, em que a sociedade continua tendo dificuldade para entender que todos são iguais. Guiliane ressaltou ainda que, o negro, o descendente precisa se posicionar sempre, pois, todos os dias acontece a repetição do passado, sobretudo, para desfazer do negro e não o ter como parte integrante da sociedade atual.
Após a palestra, os participantes acompanharam apresentações culturais, capoeira, oficinas, apresentação de bandas de folia, cantos e poesias. Para o presidente do Movimento Cultural Negro de Manhuaçu, professor Marco Antônio Cabral, o 1º Festival Afro-Brasileiro serviu para despertar a população, sacudir os descendentes para estarem mais envolvidos com as causas sociais, principalmente as que buscam a valorização da cultura negra no município. “Quero agradecer a todos que participaram do evento. Agradeço a Sônia Slaib, Ludmila Leandro, que foram responsáveis pela organização de tudo. Trabalharam exaustivamente, na condução e orientação a outros voluntários. Também agradeço a Célia Márcia, que deu sua parcela de colaboração”, destaca Marco Cabral.
Eduardo Satil