Semana da Vacinação nas Américas: especialista reforça importância da imunização

Com o tema ‘Proteja o Futuro: Vacine-se’, a semana destaca que a imunização pode evitar o ressurgimento de doenças já eliminadas

 

Comemorada entre 20 e 27 de abril, a Semana da Vacinação nas Américas de 2024, cujo tema é “Proteja o Futuro: Vacine-se”, busca incentivar as pessoas a se vacinarem, visando melhora da cobertura vacinal do país. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 60% dos municípios brasileiros não atingiram a meta de 95% de cobertura vacinal recomendada pelo Ministério da Saúde, no ano de 2023.

Segundo a pediatra da Fundação São Francisco Xavier, Maria do Socorro Anício de Moraes, a vacinação elimina ou reduz o risco de manifestações graves que podem levar à internação e até mesmo ao óbito, “é importante conscientizar a população que a vacina é a forma mais eficaz e segura de adquirir proteção contra uma doença infecciosa. Ao vacinar, você não protege apenas a si mesmo, mas também as pessoas ao seu redor”.

O Programa Nacional de Imunizações é responsável por elaborar a política de vacinação do Brasil. É citado como referência mundial por ter cooperado tecnicamente com países como Estados Unidos, México e Guiana Francesa. O PNI é integrante do Programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e oferta 45 diferentes imunobiológicos para toda a população brasileira.

O Calendário Nacional de Vacinação, uma das principais ferramentas do PNI, foi criado para garantir uma cobertura vacinal para toda a população brasileira. O documento estabelece quais vacinas devem ser administradas, especificando faixas etárias, frequência de doses e situações especiais, como em casos de surtos ou para grupos de risco.

“Manter o cartão vacinal atualizado é importante porque, além da prevenção de doenças infecciosas potencialmente graves e fatais, também contribui para a proteção de grupos vulneráveis, como pessoas imunossuprimidas e pessoas que não podem tomar vacina por alergia”, afirma Drª. Maria do Socorro. Segundo ela, manter as vacinas em dia gera uma imunização coletiva, conhecida como imunização de rebanho, “isso é muito importante porque controla os surtos das doenças infecciosas. Quando a cobertura vacinal diminui, as doenças que já foram controladas podem ressurgir e espalhar rapidamente. Então, a vacinação completa contribui para que doenças que já foram erradicadas não voltem a se manifestar”.

Atualmente, são oferecidas 19 vacinas como parte da rotina de imunização, abrangendo não apenas crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas. “Vale destacar que as vacinas recebidas nos primeiros anos de vida são fundamentais para proteger a criança contra doenças graves como poliomielite, meningite, pneumonia e sarampo”, conclui a pediatra.

Baixa imunização

A partir dos esforços do PNI, houve uma redução significativa de casos de óbito por inúmeras doenças infecciosas. Doenças como o sarampo, rubéola e rubéola congênita foram eliminadas no Brasil e nas Américas, mas podem voltar pela falta de vacinação. De acordo com os dados divulgados pelo DataSUS, desde 2020, a cobertura vacinal total da população não chega a 70%.

Desde 1994 o Brasil tinha o certificado de eliminação da poliomielite, doença que atingiu 26.827 crianças, porém, com a queda da cobertura vacinal, em 2021, o país passou a fazer parte do grupo com alto risco de volta da doença, segundo informes divulgados pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) ano passado.

Especialistas acreditam que o declínio da vacinação tem relação com o aparecimento de notícias falsas sobre o assunto. Segundo a Organização Mundial da Saúde, toda vacina licenciada é rigorosamente testada em várias fases antes de ser aprovada para uso. Portanto, são seguras e seus benefícios superam os riscos ou os efeitos colaterais, como febre baixa e dor local.

 

Fonte: ASCOM FSFX