Servidores da Saúde fazem manifestação e pedem pagamento do piso da enfermagem
“Se não pagar, a enfermagem vai parar”: Com essa frase sendo gritada e vestidos de preto, profissionais da saúde do município demonstraram a revolta pela falta do pagamento do piso salarial da enfermagem, que foi conquistado após muitas batalhas. A manifestação aconteceu na tarde desta quarta-feira, 21, em frente à Unidade de Apoio Intermediário (UAI), e seguiu até bem próximo ao Centro Administrativo, onde funciona a Secretaria Municipal de Saúde de Manhuaçu. Depois de muito desgaste e manifestações, o Congresso aprovou o projeto, concedendo o piso salarial aos técnicos de enfermagem, enfermeiros, parteiras e auxiliares de enfermagem. Os enfermeiros conquistaram o piso de R$ 4.750, técnicos de Enfermagem contarão com R$ 3.325 e auxiliares de Enfermagem e parteiras, com R$ 2.375.
Após a conquista dos profissionais com a criação do piso salarial da enfermagem, eles foram surpreendidos com a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu no último dia 4, a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente.
Na decisão, o ministro diz que a suspensão valerá até que sejam analisados dados detalhados dos estados, municípios, órgãos do governo federal, conselhos e entidades da área da saúde sobre o impacto financeiro para os atendimentos e os riscos de demissões, diante da implementação do piso. Esse prazo, para que as informações sejam enviadas ao STF será de 60 dias. A ação foi apresentada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde), que defende que o piso é insustentável e, que há risco na prestação do serviço de saúde.
A suspensão trouxe uma indignação forte nos profissionais, que estão fortalecendo movimentos, realizando protestos e até ameaçam paralisar o atendimento, caso não haja uma conversação e, o município passe a pagar o piso que é Lei. Para a diretora de saúde do Sintram, Eva Vilma, esse foi o primeiro movimento para despertar todos os profissionais, para se unirem. “Nós não vamos parar por aqui. O nosso piso é lei. Na próxima terça-feira, teremos reunião com a prefeita, e vamos colocar na mesa a nossa situação e queremos resposta. Caso contrário estamos preparados para pararmos, para sermos vistos e escutados. Queremos o pagamento do piso salarial da enfermagem”, pontua Eva Vilma.
Eduardo Satil