VII Curso de Férias para Educadores Populares realizado em Caratinga
O curso teve como tema: Fraternidade e Fome, com o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer”.
Celebramos, com alegria e na ação de graças a Deus, o privilégio de partilhar as muitas experiências e saberes trazidos pelos participantes, voluntários, assessores, artistas e músicos, padres, pastores, religiosos/as e pessoas de boa vontade, para o mutirão do VII Curso de Férias para Educadores Populares da Diocese de Caratinga, ocorrido de 13 a 17 de dezembro de 2023, no Seminário Diocesano de Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Caratinga, com o tema: FRATERNIDADE E FOME e o Lema: Dai-lhes vós mesmos de comer. Compromissos assumidos pelos participantes, coordenadores e equipes de trabalho.
COMPROMISSO PESSOAL E FAMILIAR
– Fortalecer laços familiares de respeito e diálogo, para reconhecer os direitos e superar preconceitos em relação a pessoas negras, indígenas e LGBTQIAPN+ e eliminar, na vida quotidiana, palavras e atitudes de cunho racista e homofóbico.
– Organizar a vida pessoal e familiar a partir de necessidades reais e do consumo consciente, comprometidos com a preservação da natureza e a partilha do pão com as pessoas empobrecidas e vulneráveis.
– Acolher afetivamente as dores, queixas e demandas de pessoas em situação de vulnerabilidade social, em sua vida pessoal e familiar; fazer visitas às pessoas necessitadas; batalhar por seu atendimento público e comunitário, com terapias integrativas.
COMPROMISSO SÓCIO-POLÍTICO
– Compartilhar os conhecimentos e vivências do Curso de Férias para Educadores Populares para a construção de uma sociedade igualitária e fraterna.
– Fortalecer as Escolas de Fé e Política, as Escolas de Cidadania, as Escolas de Terapias Integrais, participar dos Conselhos Comunitários e de Garantia de Direitos, como Conselhos municipais, estaduais e federais, fazer parte de movimentos sociais, participar das Conferências municipais, estaduais e federais, fortalecendo as Políticas Públicas.
– Acompanhar as ações políticas da gestão governamental, executiva e legislativa, nas três esferas: municipal, estadual e federal.
– Lutar pela democratização do acesso à informação, para que todas as pessoas possam ter, com rapidez, informação qualificada, de modo que possam assegurar seus direitos e os das demais pessoas.
– Participar de encontros em que estejam presentes diferentes causas sociais para a defesa da democracia, dos direitos humanos e da justiça social e para fortalecer as pautas criativas das resistências populares.
– Incentivar e divulgar criações artísticas e literárias coletivas, com vivências pessoais e de movimentos sociais.
– Implementar e fortalecer programas e processos cidadãos, plurais e laicos de educação humanizadora.
– Fortalecer a agricultura familiar e a economia solidária, as ações e fomentos do cuidado com a casa comum e o fortalecimento de entidades e associações que visam a ecologia integral.
– Criar espaços de comunicação que denunciem a violação dos direitos dos povos originários e tradicionais, que apoiem o direito a seus territórios e ao desenvolvimento de uma educação a partir de suas culturas, crenças religiosas, línguas e costumes.
– Lutar por uma Política Pública de Educação Intercultural nas escolas em todos os níveis, com presença de comunidades dos diferentes povos indígenas, tradicionais e quilombolas, para compartilhar suas cosmovisões, sua arte e seus costumes.
– Promover a participação em grupos de reflexão e ação em prol dos direitos dos negros, indígenas, mulheres marginalizadas, LGBTQIAPN+, para reforçar a consciência e o compromisso com a igualdade racial e de gênero, a diversidade cultural e religiosa e a justiça social e ambiental, com o cumprimento das leis federais que garantem esses direitos na esfera da Educação (Lei 12.711; Lei 10.639; Lei 11.645).
– Incluir direitos humanos e cuidado do meio ambiente e a mudança climática, como temas transversais na educação popular, na educação básica e superior.
COMUNITÁRIO E PASTORAL
– Estruturar a vida da comunidade, aproximando-a da realidade da população em situação de rua, afim de que sejam reconhecidos como sujeitos, como filhos/as de Deus, agindo de forma missionária, evangélica e libertadora.
– Enfrentar o racismo e a exclusão presente dentro das comunidades e, com elas e a partir delas, ser agente vigilante da dignidade humana.
– Unir, ao senso de caridade, muito presente na religiosidade popular e ao empenho pela CF 2023, Fraternidade e Fome, a opção pela construção de maior justiça social, racial e ambiental.
– Romper com o medo de se falar nos espaços religiosos sobre o mal que o racismo, o preconceito e as discriminações provocam na vida das crianças, jovens, adultos, mulheres e população LGBTQIAPN+.
-Para que consigamos verdadeiramente assumir os compromissos desta Carta precisamos seguir Jesus na sua prática educativa, curativa e inclusiva, respeitando e amando a todos os povos, línguas e nações, rompendo as barreiras do ódio e cultivando em nossos corações a paz, a fraternidade, a justiça e o amor.
Téo Nazaré