Voluntariado sensível e transformador
Iniciativas de pessoas e empresas parceiras do poder público estimulam o espírito de solidariedade que continua fortalecendo Ipatinga e sua gente em meio às assolações provocadas pela tromba d’água de 12 de janeiro
Enquanto prosseguem os trabalhos de atendimento às vítimas da tragédia provocada pelas chuvas em Ipatinga, chama atenção e comove a todos a dedicação constante e providencial dos voluntários. Muitas pessoas comuns, e entre elas até alguns donos de grandes empresas e gestores de instituições, doaram o próprio tempo e uma série de recursos em prol das famílias atingidas e também como suporte aos profissionais do poder público e outros parceiros que até hoje atuam nas comunidades.
Grande parte da movimentação de voluntários e arrecadação de donativos é espontânea e surgiu já nas primeiras horas da estiagem momentânea que deu uma pequena trégua após a tromba d’água que assolou a cidade na madrugada de 12 de janeiro.
Lígia Pereira Soares, moradora do bairro Vila Ipanema, que já atuou como voluntária em outras situações de emergência, acredita que em grandes tragédias nem mesmo as pessoas mais acostumadas a lidar com esses infortúnios no dia a dia sabem exatamente como agir. Por isso, é necessário acolher a todos com aquilo que você tenha à mão para contribuir, mesmo que pareça pouco.
Amor ao próximo
Há oito anos ela se dedica ao trabalho na cozinha, fornecendo refeição caseira, e diz que, nesse momento difícil, tem procurado ajudar com o que pode, oferecendo marmitex aos voluntários desde o primeiro dia das chuvas intensas. Para ela, a sensibilidade e a empatia têm que ser o ponto chave “nesta louvável tarefa”.
“Meu trabalho se define em amor ao próximo. Tenho meus clientes fiéis e atendo principalmente pessoas que vêm de outros bairros para trabalharem aqui na Vila Ipanema. Ofereço uma comida de qualidade, feita com muito carinho, que é o maior ingrediente que coloco nos nossos pratos. Enquanto me dedico ao trabalho, gosto de me colocar no lugar do outro. Quando aconteceu a tragédia da chuva na nossa cidade, não pensei duas vezes. Liguei para um amigo que tenho na prefeitura e perguntei se precisavam de ajuda. Diante da resposta positiva, disponibilizei uma quantidade de almoço que ajudaria no primeiro momento”, revelou.
“Hoje, penso e vejo o quanto nossa cidade é abençoada por termos um prefeito tão dedicado aos menos favorecidos, principalmente na questão humanitária e com a saúde do povo no geral. Louvo a Deus por cada conquista em nossa cidade e por termos pessoas de bom coração que não mediram esforços para ajudar nesse momento tão difícil e turbulento”, celebra, elogiando o trabalho de liderança do prefeito Gustavo Nunes, que segundo ela “agiu com sensibilidade, facilitando e incentivando essas ações”.
Ato de dignidade
O empresário Tiago Temponi, proprietário da Colchões Polar, é outro que não mediu esforços para ajudar os necessitados de Ipatinga. Seguidor das ações do prefeito Gustavo Nunes nas redes sociais, ele decidiu agir rápido quando percebeu a gravidade da tragédia e as necessidades das pessoas que sofreram perdas irreparáveis.
“Um ato de dignidade é, no mínimo, proporcionar uma noite de sono”, diz Tiago Temponi, que doou 150 colchões para atender aos desabrigados e desalojados pelas chuvas. “Sou de Ipatinga, tenho empresa aqui, gero mais de 300 empregos direta e indiretamente e não seria justo ficar parado vendo nossa cidade implorar por ajuda. Liguei para o Gustavo, que prontamente indicou o Ipatingão como local ideal para entrega de donativos”, contou ele, que atua no mercado há 24 anos.
Tiago Temponi conta que procura agir rapidamente para ajudar as pessoas em caso de emergência. “Já enviei ajuda humanitária para Jaguaraçu e Açucena, entre outros municípios. Normalmente, as coisas no sistema público demoram um pouco em função da tramitação de documentos, entre outras exigências legais. Por isso, a ajuda tem que chegar rapidamente e o alívio tem que ser imediato. Faço isso de coração. Sinto-me realizado como pessoa”, alega.
Trabalho humanitário
A tragédia das enchentes em Ipatinga deu mais visibilidade a um movimento que está presente em todos os setores da economia e na vida em sociedade: o cooperativismo. Diante de tantos desabrigados e prejuízos, os ipatinguenses foram confrontados com a importância da ajuda, de ações de salvamento e resgate ao simples ato de estender a mão ao próximo.
De acordo com Wander Luís Silva, diretor Administrativo do Sicoob Vale do Aço, este episódio ficará marcado não apenas pela tragédia, mas também pela união e pelo espírito de solidariedade que emergiram em resposta a ela. “Os olhos da população também se voltaram para o trabalho humanitário do Sicoob Vale do Aço, que num esforço coletivo arrecadou e doou às vítimas de Ipatinga cerca de 1,5 tonelada de alimentos e produtos de limpeza. Comprometidos com a comunidade, nós conseguimos mobilizar todas as 25 agências de 12 cidades onde atuamos, bem como funcionários e cooperados para apoiar as vítimas”, destacou.
“Não foi só isso” – ele continua. “Criamos a linha de crédito Sicoob Vale do Aço Recupera, exclusiva para os cooperados, reafirmando nosso compromisso em oferecer suporte nos momentos mais difíceis”. Wander complementa que o Sicoob sentiu na pele e também sofreu consequências com o alagamento da avenida Selim José de Sales, como ocorreu com outras empresas e pequenos negócios dado o imenso volume de precipitação pluviométrica experimentado pela cidade em apenas três horas. “Nossa agência no bairro Canaã, inaugurada em agosto de 2018, também foi atingida. A água subiu 90 cm e invadiu todos os ambientes”, contou.
Fonte: SECOM Prefeitura de Ipatinga