Documentário Memória de Manhuassú com a centenária Dona Maria Antônia Dutra “Dona Fia”

Nascida em 31 de dezembro de 1923, na Vila de Fátima, Minas Gerais, Brasil, Dona Maria Antônia Dutra, carinhosamente conhecida como “Dona Fia”, teve sua vida marcada por desafios desde cedo. Filha dos agricultores João Frutuoso da Silva e Maria Antônia de Jesus, a trajetória de Dona Fia foi moldada por situações adversárias, mas também pela resiliência que a vida no campo construído.

Aos nove anos, foi uma das maiores provações de sua infância: a perda precoce de sua mãe. Esse golpe devastador colocou diante de responsabilidades além de sua tenra idade. Tornou-se não apenas uma filha, mas uma cuidadora para seus irmãos mais novos que eram nove, além de auxiliar incansavelmente seu pai nos afazeres da roça.

Os desafios no campo eram árduos, exigindo esforço físico e mental. Dona Fia foi forjada na lida diária, aprendendo lições de resiliência e determinação que se seguem pilares em sua vida.

A vida na zona rural oferecia poucos recursos, mas Dona Fia, com sua determinação incansável, transformava obstáculos em oportunidades. Seu olhar sempre voltado para o futuro, ela aprendeu a cultivar não apenas a terra, mas também valores como solidariedade, empatia e generosidade.

Ao longo dos anos, Dona Fia se tornou um pilar não só para sua família, mas para a comunidade ao redor. Sua sabedoria e experiência eram buscadas por todos que necessitavam de conselhos ou ajuda. Sua generosidade era conhecida por todos, estendendo-se não apenas em palavras, mas em ações concretas, apoiando os mais necessários sempre que possível.

Completando um século de existência, residindo do Córrego do Valão, Dona Maria Antônia Dutra, carinhosamente ali conhecida como “Dona Fia”, reflete sobre os numerosos capítulos que compõem sua vida repleta de desafios e conquistas. Em seus 100 anos de vivências, ela se mantém lúcida e compartilha detalhes de sua jornada marcada pela resiliência e pelo amor incondicional à sua família.

Desde a tenra idade, Dona Fia comprometeu-se a moldar sua determinação. Em meio à precariedade das condições em que vivia, muitas vezes teve que improvisar a alimentação de seus irmãos, demonstrando uma força e responsabilidade necessária para uma jovem.

Na adolescência, um momento marcante: o encontro com Augusto Dutra, integrante de uma folia de reis na região. Ao fitar seus olhos, Dona Fia sentiu o chamado do amor à primeira vista. O namoro foi permeado por restrições e constrangimentos típicos da época, mas não envolveu a intensidade desse sentimento avassalador.

Após superar os desafios do namoro à moda antiga, repleto de barreiras sociais, Dona Fia e Augusto Dutra decidiram unir seus destinos no matrimônio. Hoje, sua família é um retrato vivo de amor, generosidade e união, composto por filhos, netos, bisnetos e até tataranetos.

Após a união matrimonial, Dona Fia e seu esposo, Augusto, enfrentaram árduos desafios na criação dos filhos. A busca incessante por melhores condições de vida levou Augusto a uma incansável procura por emprego, mas as oportunidades escasseavam, impondo dificuldades à família.

Foi em meio a essa incerteza que Augusto bateu à porta da residência do casal de fazendeiros, Sr. Bertulino Marcial e Maria José Gomes, em busca de uma nova oportunidade. Com dedicação e empenho, tanto Dona Fia quanto Augusto demonstraram sua competência ao prestar serviços exemplares, conquistando a estima e a confiança dos fazendeiros.

A generosidade do casal de fazendeiros se fez presente ao oferecer um melhor local para moradia ao casal. Nesse novo ambiente, através de árduo trabalho e esforço incansável, Dona Fia e seu esposo viram os ventos da mudança soprarem a seu favor.

Com tenacidade e perseverança, a situação começou a se transformar positivamente. O apoio e reconhecimento dos fazendeiros foram um ponto de virada, permitindo que Dona Fia e Augusto vislumbrassem um futuro mais promissor. O ambiente favorável proporcionado pelos fazendeiros não só melhorou as condições de moradia, mas também abriu portas para um novo capítulo na vida do casal.

Dona Fia, ao longo de sua trajetória, não apenas construiu uma família numerosa, mas deixou um legado de superação e dedicação. Sua vida é um testemunho inspirado de como o amor, a resiliência e a determinação podem transcender as adversidades, moldando não apenas o seu próprio destino, mas influenciando positivamente as gerações futuras.

Seu centenário não apenas celebra a passagem do tempo, mas também a sabedoria acumulada ao longo de décadas. Dona Maria Antônia Dutra é um exemplo vivo de como a força interior e o amor são os pilares que sustentam uma vida plena e significativa.

Veja o Documentário completo:

 

Redação de Teógenes Nazaré.

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Redação: Téo Nazaré

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