35ª Caminhada: Fé e Turismo até o alto da Pedra do Cruzeiro

A cada dia 3 de maio, os fiéis da região de Manhuaçu, em Minas Gerais, se reúnem para participar de uma tradição profundamente enraizada: a Caminhada da Santa Cruz. Esta celebração, marcada pelo dia da Santa Cruz, é muito mais do que uma simples peregrinação; é um testemunho de fé e um tributo à história local.

A peregrinação tem como destino o Cruzeiro, erguido no final do século XIX por moradores locais, em uma montanha entre as comunidades de Bem-Posta e Boa Vista, no distrito Ponte do Silva. Este monumento sagrado é o ponto focal dessa jornada espiritual, atraindo devotos de longe e de perto.

Ao longo dos anos, a devoção à Santa Cruz só cresceu, e com ela, os preparativos para a caminhada. Desde a década de 1980, as comunidades de Bem-Posta e Boa Vista assumiram a responsabilidade pelos arranjos necessários. E este ano, em 2024, testemunhamos um marco significativo com a instalação de placas de sinalização e outras melhorias, cortesia da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Manhuaçu MG.

A jornada começa cedo, com os devotos se concentrando nas trilhas de acesso ao Cruzeiro por volta das 7 horas da manhã. A partir das 8 horas, o cortejo começa, com os fiéis subindo a montanha em uma demonstração de devoção e sacrifício. O percurso pode durar entre 40 a 60 minutos, dependendo do lado de partida – Boa Vista ou Bem-Posta.

As trilhas são mais do que simples caminhos; são testemunhos da fé e da história da região. Na trilha de Boa Vista, os 14 quadros da Via Sacra pontuam o caminho, enquanto na trilha de Bem-Posta, conhecida como “Caminho de Maria”, imagens de Nossa Senhora guiam os peregrinos em sua jornada espiritual.

Essa caminhada não é apenas uma expressão de devoção, mas também um testemunho vivo da cultura e do turismo da região. Reconhecida como Bem Imaterial do Município de Manhuaçu, essa tradição atrai visitantes de todo o país, ansiosos por experimentar a beleza natural e espiritual que esta jornada oferece.

Apesar dos desafios enfrentados, como a interrupção temporária devido à pandemia de Covid-19, a devoção perseverou. Em 2022, com um número crescente de pessoas imunizadas, os fiéis retomaram a peregrinação, celebrando não apenas a Santa Cruz, mas também a resiliência da comunidade.

A Caminhada da Santa Cruz, um evento de profunda devoção e significado histórico em Manhuaçu, recebeu uma dose extra de entusiasmo e comprometimento este ano, graças ao apoio integral da prefeita Maria Imaculada Dutra e da diretora de Turismo, Dayane Lemos Sampaio. Suas palavras ressoaram como um eco de esperança e progresso para esta tradição tão estimada.

A prefeita Dutra e a diretora de Turismo compartilharam planos ambiciosos para o futuro da caminhada, visando promover uma exploração mais ampla e uma valorização ainda maior deste patrimônio cultural. Com melhorias nas estradas, a instalação pioneira de banheiros químicos e outras providências essenciais, eles demonstraram um compromisso inabalável com o desenvolvimento e aprimoramento contínuos deste atrativo tão especial, e agradeceu ao Secretário de Cultura e Turismo, Daniel Vieira Ferreira, pelo empenho junto às comunidades em prol do evento.

A presença dos Padres Otaviano, Willis, Juliano Maria e Paulo Rogério na 35ª Caminhada até a Pedra do Cruzeiro adicionou uma dimensão especial ao evento. O testemunho emocionado do idealizador Pe. Antônio Otaviano, que aos quase 90 anos expressou sua alegria ao ver o progresso e a devoção contínua dos fiéis, é um lembrete poderoso do impacto duradouro desta tradição.

O aumento do número de fiéis a cada ano e o apoio generoso de outros sacerdotes de diferentes paróquias destacam a importância e o alcance da Caminhada da Santa Cruz, que vai além das fronteiras da religião para unir comunidades em torno de um objetivo comum: a celebração da fé e da espiritualidade.

Embora o evento ocorra em 3 de maio, sua disponibilidade ao longo do ano oferece uma oportunidade contínua para os aventureiros e buscadores espirituais explorarem a beleza e a serenidade deste trajeto sagrado. É mais do que uma simples caminhada; é um encontro transformador com a natureza, o divino e consigo mesmo, que ressoa profundamente no coração de cada pessoa que se aventura por esse caminho.

Teo Nazaré (Sec.Municipal de Cultura)

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